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MUNA derruba estereótipos de banda e cria o próprio lugar seguro

Após se tornar grupo queridinho de artistas grandes, MUNA também tem grande apelo com a comunidade que se identifica.

Por volta de 2013, Naomi McPherson, Katie Gavin e Josette Maskin se encontraram em Los Angeles e rapidamente começaram a afinar instrumentos e experimentar como trio. Exploraram gêneros como rock, ska e pop, mas decidiram focar no pop eletrônico dali em diante. Alguns anos depois, já com contrato assinado, lançaram um EP que marcou oficialmente o início da carreira da banda. Com esse começo sólido, MUNA estava pronta para lançar seu primeiro álbum, “About U“, em 2017.

Antes de explorarmos sua discografia, é importante destacar o quão querido o trio se tornou entre os grandes nomes da indústria, especialmente em relação a turnês. Seu impressionante histórico inclui a abertura de shows para artistas como Harry Styles, Kacey Musgraves, Lorde, The 1975 e, no início de 2023, tiveram a honra de se apresentar antes de Taylor Swift na famosa e cobiçada turnê ‘The Eras Tour’. No entanto, não se contentando apenas com o papel de ato de abertura, MUNA têm aspirações maiores.

Por isso, a atual turnê, intitulada ‘Life’s So Fun Tour‘, está levando sua música ao redor do mundo, incluindo também a América Latina na rota.

MUNA para a Notion (divulgação)

Sonoramente, o trio manteve sua base inicial e continuou mesclando pop com elementos eletrônicos. Ampliaram sua música ao incorporar subgêneros diversos, enriquecendo sua exploração musical. Uma certeza prevalece: MUNA trilhou um caminho onde aparentam se divertir cada vez mais com sua música. A conexão pessoal entre Naomi, Katie e Josette é profunda (tão profunda que Katie e Naomi já mantiveram um relacionamento). Essa ligação transparece em todas as apresentações, deixando os fãs conscientes de como uma banda bem sintonizada pode transmitir sensações memoráveis ao público.

A introdução de muitos fãs ao grupo se deu através do primeiro sucesso, ‘I Know A Place‘. Usada extensivamente em trilhas sonoras de trailers e séries de TV, a música é um dos momentos mais esperados em qualquer setlist do trio, por ser a que melhor captura o fundamento da energia que representam.

A essência da canção reside em abordar as experiências dolorosas que podem surgir ao ser LGBTQIAPN+, mas defendendo que essas experiências não devem definir a segurança de ninguém. Através de reflexões desse tipo, MUNA cria um espaço seguro em sua esfera criativa.

Existem momentos que evidenciam a magnitude das músicas no catálogo do trio. Cada um dos três álbuns de sua carreira apresenta destaques indispensáveis para qualquer apresentação. “Number One Fan” e “What I Want” são momentos eletrizantes e dançantes, enquanto faixas como “Stayaway“, “Pink Light“, “Crying On The Bathroom Floor” e “Runner’s High” têm que estar no repertório, pois a ausência de qualquer uma delas poderia causar frustração em muitos fãs. Comercialmente, a parceria “Silk Chiffon” com a amiga Phoebe Bridgers é o grande sucesso que também contribuiu para a constante categorização da banda como ‘Banda Queer’.

Composta por três integrantes queer e abordando temas diretamente conectados à comunidade, é natural essa definição. Apesar de entenderem que essa etiqueta possa limitar o trio para alguns, isso não abala em nada a determinação de MUNA. A identificação dos fãs ocorre de forma orgânica e sempre persistirá, especialmente quando se percebe que o trio possui um alcance musical mais amplo e é capaz de desafiar os estereótipos associados a uma banda.

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MUNA toca no sábado, 02 de dezembro. Mesmo dia dos headliners The Killers e Pet Shop Boys.

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