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Entrevista | Duda Beat fala sobre influências culturais e comparações com Charli xcx

De volta à Belo Horizonte para comandar o festival Som Clube, a artista conversou com o esc sobre a “Tara e Tour”, música e referências.

Em um fim de tarde caloroso como a artista, a Casa Rosa do Bonfim preparou um evento digno de estrela para receber Duda Beat, a imprensa e alguns convidados que dividiram a energia em antecipação para o primeiro show da ‘Tara e Tour’ na cidade. Sendo a principal atração do festival Som Clube e com patrocínio da Localiza, Duda (finalmente) se preparava para apresentar um show completo na cidade, mesmo sendo parte de um outro evento.

O festival, inclusive, levantou polêmicas: anunciado como um evento gratuito mas com retiradas de ingressos, teve três remessas de passes disponibilizados — mas que esgotaram em menos segundos e que, somados à problemas dos sites, revoltaram os fãs. Na coletiva, esse foi um dos primeiros pontos questionados, ao que representantes da Localiza afirmaram: “1500 ingressos foram disponibilizados em três remessas (totalizando 4500 contemplados). O festival era menor, acontecia em uma praça da Savassi e agora estamos ampliando, tentando coisas diferentes e um público maior, mas o volume de acessos era impressionante a cada nova leva…”. Duda inclusive mandou um recado agradecendo aos fãs e levantando a possibilidade de uma segunda data na cidade em breve.

Quando questionados pelo esc sobre “por que Duda Beat”, os representantes da marca alegaram o desejo de se aproximar de um público mais jovem, estreitando laços e apresentando serviços para uma audiência com faixa etária em potencial para expansão do público da Localiza. “Duda é uma artista jovem, plural, que alcança o Brasil inteiro. Quando você entra no carro, geralmente a primeira coisa que você faz é ligar uma música. É uma coisa que está atrelada, então, unir a música e a Localiza parece um passo natural”.

Minutos depois, Duda entrou no espaço com cabelo rosa, e um look punk-preto, contrastando com a personalidade solar da artista. Jornalistas e artistas a postos, começamos a entrevista.
Abrindo o bate-papo, perguntamos sobre as várias menções que a cantora tem feito em suas redes sociais referenciando Charli XCX, que lançou um álbum hype-eletro-pop aclamadíssimo. “Tara e Tal”, último disco de Duda, também tem inspirações nesses elementos e foi tido por alguns como uma espécie de “brat” brasileiro. Mais que isso, foram apontados os comportamentos em voltar a música para um underground eletropop e trazê-lo como plano principal de seus trabalhos, enquanto Duda rendeu o papo:

“Eu penso muito sobre minhas próximas eras, eu planejo com muito cuidado e muito carinho mas… Realmente é uma conexão de pensamentos, acho que a gente veio com um pensamento muito alinhado e… Cara, eu vejo vários paralelos assim… Eu sinto que o momento dela chegou e eu tenho visto como o mainstream quer ser underground, e quanto o underground tá indo pro mainstream. Isso é muito importante… Pra mim mostra que as pessoas estão prestando atenção na música que as outras fazem da maneira que elas gostam de fazer e gostam de ouvir, e com as misturas que elas gostam de fazer. Eu sinto que cada vez mais isso vai se misturar e quem sabe o pop alternativo, underground, o indie, vai cada vez mais furar a bolha… Eu me sinto muito feliz em ser uma precursora desse movimento no Brasil e espero que venha muita gente atrás de mim se inspirando nesse movimento.”

Para além da admiração óbvia por artistas como Charli, Duda sempre mesclou estilos e gêneros em seus trabalhos. As influências brasileiras se misturam com outras referências da artista, que fazem com que seus discos venham entrelaçando a mpb, o reggae, o pagode baiano, eletropop, pisero, brega e eletrônico com uma sofrência popular e um lirismo que brinca com sensualidade e sensibilidade. Mesmo com a diversidade, os materiais são sólidos e coerentes, soando muito mais ricos do que desconexos. Por isso, questionamos esse “arsenal” da artista e de onde vem toda essa mistura. Duda respondeu:

Tara e Tour em São Paulo

“Assim como eu, todo mundo gosta de ouvir diferentes estilos, a gente não escuta uma coisa só… E eu desde pequenininha sempre fui regada por referências que meu pai trazia do rock ‘n roll, por referências de Recife… Eu cresci lá ouvindo frevo, maracatu e tudo que minha terra produz culturalmente, ouvindo coisas da Bahia, de várias regiões, então… Tudo isso me formou culturalmente, e eu acho que é por isso que consigo explorar e misturar tantos ritmos, desde o disco um (Sinto Muito), e como isso acabou virando uma marca minha nesse sentido… Eu gosto de ouvir, e gosto de fazer o que eu gosto de ouvir. Eu costumo pensar que eu vou cantar essas músicas pro resto da minha vida, então eu preciso estar muito feliz com o que eu tô colocando no mundo. Imagina eu com 80 anos cantando uma música que não me representa? Então eu tenho muito cuidado com isso também, sabe? Com o legado musical que eu vou deixar aí para as próximas gerações…”

Para além da conversa acima, a entrevista rendeu um papo que você pode conferir no nosso Instagram (link do reels). Coletiva finalizada, Duda Beat esbanjou mais carisma e simpatia, seguindo no evento pelas próximas horas e dançando, conversando e tirando fotos com os participantes e entregando um gostinho de tudo que sua presença luminosa e divertida traria para o show da noite seguinte: um baile de carisma e talento irresistível que se espalha por onde ela passa.

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