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Zara Larsson é mais uma prova de que os suecos dominam o pop

Completando 10 anos de carreira, Zara Larsson tem um catálogo que vai muito além do So Good

ABBA, Roxette, Avicii e Swedish House Mafia estão entre os artistas suecos que mais venderam discos nos últimos anos. Há um motivo importante para essa conquista: eles são excelentes no que fazem; o pop feito pelo ABBA atravessa fronteiras e as faixas do Avicii dominaram as paradas musicais nos anos 2010. Outros nomes que estão em alta no cenário atual são Tove Lo, Galantis e Zara Larsson. O seu álbum internacional de estreia, So Good, de 2017, acumula mais de 6 bilhões de streamings, mas a jornada da loira sueca começou bem antes disso.

Zara venceu a versão sueca do “America’s Got Talent” aos 10 anos de idade e lançou seu primeiro álbum 1, lançado em 2014, que foi um sucesso na Suécia, especialmente com a faixa “Uncover”. Já o sucesso internacional veio logo na sequência. Conhecida por ser uma defensora da igualdade de gênero e dos direitos LGBTQIA+, Zara mostra que suas raízes a ajudam a fazer uma ótima música pop. O que a difere das demais cantoras do mesmo cenário é a potência vocal, um destaque nas performances da artista.

Em 2017, Zara ganhou notoriedade com “Lush Life” e “Never Forget You”, com o produtor musical britânico MNEK, que definitivamente são as maiores do álbum. O projeto combina pop com EDM, especialmente em “I Would Like” e surpreende com “Symphony”, outro hit da era, parceria com Clean Bandit, que viralizou nas redes sociais este ano. Antes de lançar seu segundo álbum internacional, Zara entregou o single “Ruin My Life”, uma das suas favoritas do Poster Girl. A faixa marcou o retorno da cantora após alguns anos sem lançamento, que foi precedido por “Love Me Land”, que assim como “Look What You’ve Done”, tem similaridades com o som do ABBA.

No palco, a artista reconhece suas inspirações e até incluiu “Lay All Your Love On Me”, do grupo sueco, em seu setlist. Outra faixa do álbum que chama atenção é “WOW”, produzida e escrita em parceria com o musicista americano Marshmello, pelas transições na sonoridade que surpreendem os ouvintes – e o mais importante, a forma como Zara performa a canção no palco.

Já em 2023, Zara teve outro retorno musical com Alesso. Junto do DJ e produtor musical, que também é sueco, eles não tinham outra opção senão acertar em cheio. O videoclipe é uma representação da mescla dos mundos dos artistas, bem como da união da voz potente de Zara com as batidas de Alesso, além do refrão que gruda na cabeça: “I got the words I love you sitting on the top of my tongue”.

Zara Larsson para a PAPER Magazine (reprodução)

No entanto, foi no ano seguinte que a atual era, Venus, estava prestes a começar. Zara Larsson apostou nos sintetizadores e na sonoridade dos anos 80 em “Can’t Tame Her”. “Então, se ela quer curtir a noite toda / Não, você não pode domá-la”, diz a letra do hino feminista que abriu os caminhos para o álbum. Além dessa, a cantora entregou outra surpresa do projeto: “End of Time”, que recebe créditos do renomado compositor e produtor Rick Nowels, que trabalhou em sucessos de Lana Del Rey. Nesta canção, que segundo Zara, é inspirada na era Loud da Rihanna e no ABBA, nos abraça na ponte e no refrão: “Eu quero seu amor para começar um incêndio e mantê-lo aceso pela noite até o fim dos tempos”. Outra grande surpresa dessa era é o videoclipe, que Zara define como sua “versão de uma eterna história de amor”. No vídeo, ela conhece sua versão mais nova que lida com problemas familiares e encontra abrigo onde você menos espera.

Em seguida, a artista mais uma vez se reuniu com David Guetta, com quem tem o sucesso “This One’s For You”, música oficial da UEFA EURO 2016, em “On My Love”. A faixa é dedicada a sua irmã mais nova Hanna, parte do duo Lennixx. O clipe é uma homenagem que mostra a proximidade da relação entre as irmãs Larsson.

Ainda em 2023, antes do álbum ser lançado, Zara deu uma pausa na divulgação para focar no EP Honor the Light, com faixas natalinas e até algumas cantadas em sueco. Apesar de ter sido uma curva fora do caminho, uma faixa do projeto se destacou além do esperado: “Memory Lane”. “Então eu caminho pela estrada da lembrança / Eu ainda me agarro toda a alegria e a dor / Então eu canto um pouco mais alto, me empolgo / E agradeço a mim mesma por quem me tornei”. A repercussão foi tão inesperada, especialmente na Europa, que Zara até performou a música em alguns shows da Venus Tour.

Finalmente, em fevereiro de 2024, Venus chega às plataformas de streaming de música. Dez dias após o lançamento, saiu o clipe de “You Love Who You Love”, outra música escrita em parceria com MNEK que teve uma direção e seguiu por outra. Segundo Zara, o título surgiu a partir de conversas sobre o mês do Orgulho e as pessoas poderem amar quem elas quiserem. Entretanto, os compositores chegaram à conclusão de que seria interessante escrever sobre aquela amiga que insiste em viver um relacionamento tóxico, apesar dos alertas de amigos e das demais pessoas próximas.

Apesar de alguns destaques do álbum terem sido lançados no ano anterior, o projeto ainda guarda a maior surpresa: “Ammunition”. A faixa foi produzida pelo famoso produtor Danja, responsável pela produção de hits como “Promiscuous Girl”, de Nelly Furtado, e “SexyBack”, de Justin Timberlake. A música é uma montanha russa de emoções, a começar pelo trocadilho no refrão: “Eu quero nos dar uma chance, por favor / Me dê munição, me ame, me beije, me toque”. A parte em que ficamos de cabeça para baixo é no final, com os instrumentais entregando uma viagem psicodélica, muito bem representada com um break de dança energético na turnê.

E foi ainda melhor no Rock in Rio 2024. Na semana do festival, Zara lançou um remix da faixa com DENNIS DJ, que deu um toque bem brasileiro com funk e, claro, foi um dos pontos mais altos do show. 

De fato, Zara Larsson era vista como uma das maiores promessas do pop na época do So Good, entre 2017 e 2018, e alguns críticos ainda se questionam quando ela perderá esse título. No entanto, sendo dona do próprio catálogo de músicas e em turnê fazendo o que mais gosta, a artista não parece estar tão preocupada com esse rótulo.

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