“Heartbreak Weather” do Niall Horan completa meia década e prova que merece ser revisitado

“Heartbreak Weather”, segundo disco do artista irlandês, completou cinco anos em 2025

Lançado em março de 2020, o Heartbreak Weather chegou poucos dias antes da pandemia virar tudo de cabeça para baixo. O sucessor do aclamado Flicker (2017) apareceu em um momento em que a música pop parecia cada vez mais fragmentada entre tendências virais e sonoridades minimalistas. Apostando no que sabe fazer de melhor, Niall Horan trouxe melodias atemporais, um pop-rock polido e uma narrativa bem amarrada sobre amor, perda e recomeço.

Bem diferente do Flicker, que mergulhava em baladas acústicas e flok-pop, Heartbreak Weather é um álbum bem ambicioso em termos de produção. O disco, que traz influências desde o soft rock dos anos e vai ao famoso britpop dos anos 90, mostra outro lado de Niall. A faixa-título, por exemplo, já abre os trabalhos com sintetizadores e guitarras enérgicas, estabelecendo o tom mais dinâmico do projeto. 

Ao longo de 14 faixas, o artista passeia por diferentes estágios de um relacionamento que está fadado ao fracasso, transitando entre a euforia do primeiro encontro até o turbilhão de sentimentos após o fim do namoro. Em “Nice To Meet Ya”, single que deu início à nova era de Niall, o artista mostra seu lado apaixonado após o primeiro encontro. Há quem diga que o término do cantor com a atriz Hailee Steinfeld o tenha ajudado a escrever algumas faixas para o álbum, como Put a Little Love on Me que conta sobre essa necessidade de ser amado mesmo após um término. No entanto, pouco tempo antes do lançamento do disco do artista, a atriz, que também é cantora, lançou a faixa Wrong Direction dando a entender que sua letra seria uma indireta para o irlândes sobre uma traição durante o relacionamento dos dois.

A faixa “Still” soa como um singelo pedido de desculpas do cantor para esse alguém que ele amou, carregando um tom de vulnerabilidade. Com um arranjo acústico de voz e violão, a canção se conecta à atmosfera introspectiva de “San Francisco”, que retrata a nostalgia de um amor perdido. Juntas, elas reforçam o tom melancólico e reflexivo que marca o desfecho do álbum.

Apesar das faixas do projeto não estarem em uma certa ordem cronológica dos fatos, fica nítido compreender que Horan quis justamente emular os sentimentos de um relacionamento que vai do início ao fim. Com letras que vão da empolgação à desilusão, o artista utiliza mudanças de tom e atmosfera para guiar o ouvinte por essa experiência, tornando cada música uma peça de um quebra-cabeça sentimental.

Mesmo com o carrossel de emoções presentes no disco, que captura os altos e baixos de um relacionamento, o cantor não tem medo de expor seus sentimentos em suas composições. Em outros termos, Niall Horan não teve medo de se jogar de cabeça em seu segundo álbum, já que expõe seus sentimentos com honestidade, mas também experimenta sonoramente, mesclando pop, rock e folk para criar um álbum coeso e emocionalmente envolvente.

Heartbreak Weather pode não ter atingido a longevidade comercial de outros trabalhos pop da época, mas se solidificou como um disco que vale muito a pena ser revisitado. De tempos em tempos, os revivals nostálgicos e redescobertas musicais do disco podem fazer sentido e ganhar sua devida notoriedade no imaginário nostálgico de quem viveu (ou não) a época de seu lançamento.

80/100

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