“Carnaval dos Sonhos” encanta e diverte Belo Horizonte

Com line-up diverso e ótima organização, festival privado realmente entrega um Carnaval do Sonhos na cidade.


O carnaval é sem dúvidas uma das festividades mais amadas pelos brasileiros, sendo comemorada em todo o país e movimentando a economia e diversos setores de viagem, hospedagem, alimentação, transporte e mais. Milhares de festas populares se espalham pelas ruas e por ambientes fechados, com ritmos e músicas para todos os gostos e tendo a alegria, folia e diversão como plano central.

Para Belo Horizonte, que por décadas teve o carnaval como sinônimo de tranquilidade ou marasmo, o cenário já não é mais o mesmo: em 2024, por exemplo, o número de turistas esperado na cidade era três vezes maior que o número de habitantes da cidade — fazendo com que a prefeitura e outras organizações direcionassem esforços para criar uma estadia e uma folia memorável.

Nisso, a organização do “Carnaval dos Sonhos” pareceu se empenhar muito bem. Com um pré carnaval que recebeu o “Bloquinho da Ana Castela” e o evento oficial no fim de semana e feriado destinados para a festa, foram preparados cinco dias de festa em um espaço criado e decorado para receber cerca de cinco mil pessoas.

Com um line-up amplo e potente, alinhado com o cenário musical brasileiro atual, as atrações se dividiam por dia e com nomes de peso, como Ludmilla, Sorriso Maroto, Dennis DJ, Wesley Safadão, Jorge e Mateus, Tuca Fernandes e Ivete Sangalo — essa última inclusive, que se desdobrou em uma maratona impressionante entre trios de sete horas em salvador e um show potente no encerramento do festival de BH.

Como nem tudo é perfeito, o cantor sertanejo Gustavo Mioto estava escalado para se apresentar no sábado, mas adoeceu e precisou ser substituído de última hora. Sempre um desafio, a substituição pode ter sido uma dor de cabeça para a organização, mas não desapontou o público: a banda belorizontina Lagum foi confirmada horas antes de subir ao palco, e também deu um show de energia, conexão e entrega para o público. Já um ponto realmente negativo está atrelado ao atraso de shows, que aconteceram todos os dias.

Talvez por questões logísticas e de viagens dos artistas, as apresentações demoravam horas. Possivelmente previstas pela organização, um DJ tentava manter a animação dos presentes e os shows já começavam muito fora do horário. O Lagum, por exemplo, deveria começar seu show às 18:30 e apareceu no palco palco às 19:50h. Na mesma noite, Ludmilla deveria se apresentar às 20h, se apresentou uma hora e meia depois.

A demora poderia parecer menos perceptível com o atraso que já começava no primeiro show, mas na última noite, incomodou. Ivete Sangalo, possivelmente o nome mais esperado do line-up, estava marcada às 21h e só subiu ao palco às 00:10. O atraso provocou vaias, mas foi esquecido quando a cantora entrou no palco ao som do hit “Macetando” e com um figurino florido inspirado em seu quarto álbum de estúdio, o “Clube Carnavalesco Inocentes em Progresso” (2003).

Mesmo assim, o comprometimento da organização foi louvável — disponibilizando inclusive transfers, para ajudar no acesso do público, já que o local do evento era carente de alternativas de transporte e afastado da região mais central da cidade. O espaço coberto ajudou a afastar quaisquer contratempos de clima e abrigou bem todo o público, que se dividia entre os espaços “frontstage” e o camarote open bar.

Ficamos na expectativa que a organização se repita que possamos, ano após ano, curtir mais “carnavais dos sonhos” com um line tão bom e artistas de peso como celebramos em 2024.

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