Como Caroline Polachek pode lançar um dos melhores álbuns do ano?

Com 4 músicas já lançadas, o segundo álbum de Caroline Polachek chega em fevereiro e até então mostrou a cantora em altos picos de qualidade

Em julho de 2021, Caroline Polachek colocava no mundo uma bop. “Bunny Is A Rider” é agora uma canção, em 2023, que deixou de almejar tal título e plantou-se com extrema facilidade na ideia. Diante dos 4 singles do vindouro disco “Desire I Want To Turn Into You” (o seu 2º), essa faixa é apenas uma insana ponta do iceberg.

A música não apenas serviu a primeira amostra de seu novo álbum, mas também girou uma importante chave para entendermos parte do caminho que a artista pretende ilustrar em seu novo mundo. Foi uma breve ilustração da mutação perfeita entre “Pang” (sua estreia solo) e a ode ao escapismo irrealista que veremos no novo projeto.

Polachek não apenas solta peças, ela acredita persuadir que elas são regadas de magia e algum tipo de holística; vendo sua trajetória e o que ela expõe, é assim que soa. Já discutimos isso aqui antes da vinda da cantora para o Primavera Sound São Paulo de 2022 (que hipnotizou como uma sereia em seu show na 1ª edição do festival em terras brasileiras).

Pós o primeiro vislumbre do novo registro de estúdio, encontramos a formidável “Billions“, que em seus aspectos mais íntimos se assemelha a algo de Kate Bush: depois, “Sunset“, um brilhante flamenco gerado conforme seus hemisférios; e por fim, “Welcome To My Island“, um vapor charmoso e poderoso de synthpop que vai abrir o que a gente acredita ser um dos melhores álbuns desse ano.

Polacheck depositou tanta confiança nesses fragmentos de seu novo álbum que a obra já se transformou numa mágica construção longe de estar alto do chão, pelo contrário, tudo que vimos até aqui é lúcido e repleto de sinergias quase palpáveis.

Se o “Pang” inteiro emanava uma energia de linhas de diagramação capazes de fazer o ouvinte flutuar e ir longe em sua e dilatação de linhas coletivas, o “Desire I Want To Turn Into You” provavelmente irá resplandecer exponencialmente a ideia de que Polachek é de fato uma estrela, ou a essa altura, uma sereia estelar.

É um pouco irresponsável já consignar a artista o título de que seu próximo álbum será um dos melhores do ano, mas com tudo que vimos até este momento, é quase que automático erguer a concepção de que será um disco impecável.

O “Desire I Want To Turn Into You” chega no dia 14 de fevereiro.

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