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Crítica | Magdalena Bay, “Imaginal Disk”

Novo projeto do duo Magdalena Bay desafia o uso dos sintetizadores com a imaginação psicodélica

Magdalena Bay, dupla composta por Mica Tenenbaum e Matthew Lewin, criou uma identidade distinta no universo da música, tanto na sonoridade, quanto em sua apresentação visual.

Conhecido por sua abordagem surrealista, inspirada em estéticas dos anos 80 e 90, o grupo de Miami integra uma gama de texturas sonoras com visuais caóticos e divertidos, culminando em seu segundo álbum de estúdio, Imaginal Disk. O projeto, lançado em agosto de 2024, exemplifica suas últimas tendências experimentais, oferecendo uma mistura rica de gêneros que atravessam diversos cenários.

O disco começa com uma série de faixas que, de cara, já desafiam as normas do synth-pop e constroem um lounge de exploração de tempo e som muito interessantes. Essa fusão, misturado com o visual neo-psicodélico, o torna único na indústria, com músicas como “Tunnel Vision” e “Cry for Me” sendo os maiores exemplos de sua visão mais profunda na experimentação dos sintetizadores digitais.

A presença visual de Magdalena Bay também é um destaque notável. Sua identidade complementa muito bem o som futurista, e ao mesmo tempo nostálgico, de Imaginal Disk. O conceito e composição do álbum surge de uma narrativa centrada em um personagem chamado True, navegando um mundo controlado por discos de memória invadidos por alienígenas, e reflete preocupações reais sobre tecnologia, emoção e autodescoberta.

Faixas como “Image” e “Death & Romance” se destacam por seus grooves cativantes e letras bem elaboradas, sendo os grandes ápices comerciais do álbum. A habilidade de Magdalena Bay em combinar temas complexos com uma produção retro-futurista é evidente em todo o álbum, equilibrando questões existenciais com melodias oitentistas, como em “Angel on a Satellite”, balada romântica que poderia ser facilmente assinada por Billie Eilish e seu irmão Finneas.

No centro do álbum está a profundidade emocional de suas letras e composições. Faixas como “Vampire in the Corner” exploram a complexa relação entre amor e dor, com os vocais de Mica alternando entre versos delicados e refrões potentes. A música aborda o paradoxo de amar alguém justamente porque dói, um tema recorrente no estilo narrativo da banda. Faixas como “Cry for Me” ecoam a influência de artistas como Abba e Tame Impala, enquanto músicas como “Killing Time” fazem referência às melodias dançantes dos anos 80. No entanto, Magdalena Bay consegue reinterpretar todas essas influências, criando um som que é autenticamente seu.

Imaginal Disk é uma jornada de imersão, tanto auditiva quanto conceitual, abraçando o surreal e o sereno. Ele empurra os atuais limites da música pop enquanto reflete sobre as complexidades digitais e emocionais da vida moderna. À medida que Magdalena Bay continua a explorar novos estilos e temáticas, o duo consolida seu lugar como inovadores no gênero, deixando nós, ouvintes, ainda mais ansiosos pelo que está por vir.

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