Formada em 2014 em Belo Horizonte, Minas Gerais, a banda Lagum é composta por Pedro Calais (vocalista), Otávio Cardoso (guitarra e vocal), Jorge (bateria) e Francisco Jardim (baixo). Eles ganharam popularidade com músicas como “Deixa”, “Bem Melhor” e “Detesto Despedidas”, sendo conhecidos por letras cativantes e um bom humor que ultrapassa a sonoridade.
Atualmente em turnê pelo Brasil e também fora dele (em 2025) com o álbum ‘Depois do Fim‘, a banda tem crescido exponencialmente sua base de fãs e escancarando talento a cada show. Na última semana foi a vez de Santa Catarina receber os mineiros, que por sua vez, não deixaram a desejar.
Diversos fatores poderiam transformar a noite do dia 31 de maio em um evento de vibe questionável, como as péssimas escolhas de banda de abertura e dj pré-ato principal, por exemplo — que nada tinham a ver em sonoridade ou público com o que viria depois —, mas o que poderia ser uma experiência negativa se mostrou a salvo logo que a atração principal chegou ao palco.
Depois de quase quatro horas de espera e a vibe confusa do momento, Lagum subiu ao palco do Belvedere Club em Santa Catarina e já no primeiro acorde nos mostrou a força do que a banda tem construído ao longo dos últimos meses, arrebatando cada lugar por onde passa com a recente turnê.
Pedro Calais, o vocalista da Lagum, consegue nos transportar para longe e para perto ao mesmo tempo. Sua personalidade conectável atrai tanto o público que está ali por uma ou duas músicas que acabou conhecendo num app de danças e virais, como também aquele fã que tem na ponta da língua até as canções menos conhecidas da banda.
Essa força e presença de palco diz bastante sobre a Lagum e como e seus integrantes tratam seus fãs. A peculiaridade da ligação palco e plateia se torna intrínseca dentro do que chamamos de “conexão ao vivo” e a cada música que passa isso se torna evidente. Desde as expressões brincalhonas de Calais até as exibições musicais do guitarrista Otávio Cardoso, ou até mesmo do estrondoso Francisco Jardim na bateria, a Lagum brinca de fazer música com letras confessionais e completamente relacionáveis, fazendo o público ficar eufórico não só por se identificarem naquelas estrofes mas também por conseguirem sentir o que elas querem dizer.
Em meio a conversas com a plateia, Pedro Calais ainda brincou que não sabia onde estavam naquela noite — trazendo um grande debate regional de que a Praia Brava, lugar onde se apresentavam, pertence a Itajaí ou Balneário Camboriú. A plateia, com razão, fez questão de entrar na onda e deixar claro que sim, estavam em Itajaí, e que ele poderia clamar isso sem medo. Pedro ainda elogiou as praias e o clima tropical de Santa Catarina, para finalizar dizendo que, naquela noite, nada mais importava além de estarmos todos presentes para extravasar as coisas ruins
Entre sucessos e grandes hits, a Lagum fez questão de trazer ao palco sucessos que os catapultaram, misturando repertório do álbum ‘MEMÓRIAS (de onde nunca fui)‘ e ‘coisas da geração’, além é claro de diversas canções do recente disco, marcando presença com arranjos robustos numa pegada rock & roll que no ao vivo só tendem a acrescentar. A querida pelos fãs, ‘universo de coisas que eu conheço’, parceria com as Anavitoria, também compareceu no setlist e com certeza se tornou um dos melhores momentos da noite.
A Lagum tem muito a oferecer e isso é inegável. Para quem estava cético ao assistir o primeiro show da banda, a impressão atestada que fica é que seu tamanho não reflete o talento de seus integrantes — e que com certeza isso mudará. A evidente capacidade de referênciar a si mesma em cima do palco, trazer novos elementos, adicionar arranjos, cativar e conectar plateia mostra que banda está aqui para trazer algo diferente. Sua jornada parece estar apenas começando.
