Falar bem do talento e da singularidade de Liniker parece uma redundância constante, mas é impossível não rasgar elogios a cada nova semana na carreira da artista. Aclamada na música, na TV e em todo projeto que se propõe a fazer, a cantora – que colhe seus frutos do álbum “Índigo Borboleta Anil”, de 2021 – segue o mundo em uma turnê que exibe sua excelência e de sua banda de onze músicos por shows solos e festivais abarrotados.
Agora, com uma proposta diferente, a cantora se juntou ao projeto Candlelight para apresentar seu repertório em um novo formato: acústico, intimista e a luz de milhares de velas. Com estreia aclamada em São Paulo e um segundo show lotado no Rio e Janeiro, a apresentação desembarcou em Belo Horizonte no último sábado (30) para acalentar os corações presentes na Sala Minas Gerais – um espaço de escuta sensível, projetado para apresentações de orquestras sinfônicas e filarmônicas.
Acompanhada apenas por dois músicos: Vitor Arantes no piano e Ana Karina Sebastião no baixo, Liniker se apresentou por quase duas horas, trazendo na setlist músicas de seu álbum solo, bem como hits dos dois álbuns lançados com os Caramelows e duas canções de Djavan como homenagem para seu ídolo, segundo a artista.
Com “Clau” na abertura do set, “Lili”, “Lua de Fé”, “Psiu” e “Oceano” foram algumas outras músicas a arrancar suspiros do público. Permeadas também pela vulnerabilidade compartilhada, Liniker contou a história da concepção e composição de várias das canções apresentadas.
“Sem nome, mas com endereço”, “Intimidade” e “Oceano”, de Djavan, foram algumas das mais emocionantes do repertório, que chegou ao fim com uma versão jazzeada e improvisada de “Baby 95”. “Diz Quanto Custa” entrou no bis e agitou todos os presentes, que não queriam voltar para casa.
No fim do evento, pareceu óbvio para todos que presenciaram tamanho primor que Liniker é, sem dúvidas, uma das maiores artistas do país. Com talento e sensibilidade de sobra, cada minuto do show demonstrou capricho e maestria, com três artistas impecáveis somando talentos e dividindo um primor com todos apaixonados por arte, por música e pela magia humana de se deixar tocar pela poesia.
