NX Zero celebra seu legado com a nova turnê “Cedo Ou Tarde”

Em meio a uma onda de revival do emo, chegou o momento do NX Zero, a banda sinônimo do estilo no Brasil, quebrar quase seis anos de hiato e orquestrar seu retorno aos palcos

Era o anúncio que os fãs do pop punk brasileiro mais aguardavam. Em meio a uma onda de revival do emo, chegou o momento do NX Zero, a banda sinônimo do estilo no Brasil, quebrar quase seis anos de hiato e orquestrar seu retorno aos palcos.

O reencontro de Di Ferrero, Gee Rocha, Filipe, Caco Grandino e Dani Weksler – que compõem o NX desde 2006 – foi divulgado em janeiro deste ano. Na sequência de um vídeo misterioso com a introdução do single “Além de Mim”, a banda revelou em suas redes sociais que se reuniria para uma turnê nacional, a “Cedo ou Tarde”. O pontapé será uma performance no MITA Festival, marcada para o dia 28 de maio, no Rio de Janeiro. 

De lá, a banda parte para uma sequência de 23 shows em diversas cidades brasileiras – com possibilidade de mais confirmações. A cereja do bolo deste reencontro ficará para o encerramento da agenda: nos dias 15 e 16 de dezembro, o grupo fará duas apresentações apoteóticas no Allianz Parque, em São Paulo. Anunciada nesta quarta-feira (10/05), a performance final ainda guarda surpresas, que serão reveladas em breve. De todo modo, é certo que a ocasião será um momento de muita festa para a banda e seus fãs. “A expectativa é de que este seja o show da carreira do NX”, disse Di esta semana, em uma conversa com a equipe do Escutai e outros membros da imprensa.

Uma nova onda para o emo

O reencontro do NX Zero segue uma onda de revival do emo – aquele dos anos 2000 – já detectada pelo público. Desde o começo da pandemia, o gênero voltou a figurar com força nos círculos mainstream das redes sociais – o que não ocorria desde os anos áureos de Orkut e Flogão. No TikTok, faixas lançadas na década 00 se tornaram trilha de vídeos virais, atiçando a nostalgia dos millennials e cativando uma nova audiência na Geração Z.

Algumas faixas se sobressaíram, como o hit Dear Maria, Count Me In, do grupo All Time Low, que se tornou popular a ponto de receber um duplo disco de platina em março de 2021 – 14 anos após seu lançamento. Com todo o furor, o ATL se movimentou para o lançamento de um novo álbum (Tell Me I’m Alive, 2023) – assim como outras bandas icônicas como Paramore (This Is Why, 2023), Fall Out Boy (So Much (For) Stardust, 2023) e My Chemical Romance (The Foundations of Decay, de 2022).

Crédito: Cesinha

Além de novos álbuns, o emo também vem movimentando os palcos, em festivais como When We Were Young, Lollapalooza 23 e Rock in Rio 22, e grandes turnês, performadas pelo recém-reunido Blink 182, Green Day, Fall Out Boy e inúmeros outros.

Segundo Di, faz sentido que o emo prevaleça – sim, aquela história de “emo é o car****” ficou para trás. Para o vocalista, o estilo subverte o status quo e rompe as barreiras do conservadorismo, na vanguarda das discussões pessoais sobre sentimentos e liberdade.

“O Mark [Hoppus, do Blink 182] disse que o emo nunca foi uma fase, e isso é real. O emo faz parte do rock, e o rock é eterno, não só na música. Quem nos deixou agora foi a Rita Lee. A Rita traz com ela a liberdade de ser você mesmo, sem medo de ser feliz. De fazer o que você quiser, não ter amarras com nada. O rock representa isso.”

Ele continua: “O emo sempre foi uma linguagem dentro do rock que quebrou paradigmas. Hoje, já estamos bem à frente nas discussões sobre gênero, sobre sentimentos, sobre coisas que para outras pessoas eram ‘frescura’ mas que, no emo, precisávamos botar pra fora. É por isso que hoje vemos bandas que não são do rock mas que usam essa linguagem [do emo], como o Machine Gun Kelly, o Yelawolf, a Demi Lovato.”

O retorno do NX Zero

Apesar de todo esse movimento de revival, o vocalista esclarece que a reunião do NX tem mais relação com a jornada e o momento de vida dos integrantes. “A gente sempre se encontrou, mesmo na pausa – não para tocar, mas para conversar -, e sempre acabava vindo esse assunto”. Neste momento, os cinco foram uníssonos: era a hora da banda voltar à ativa. “Isso iria acontecer em algum momento, e daí o nome ‘Cedo ou Tarde'”.

A sintonia entre os cinco não é novidade. Apesar de terem seguido caminhos distintos desde a pausa da banda, em 2017, os integrantes se mantiveram próximos, trocando com frequência em um grupo de WhatsApp. Segundo o baixista Caco, a forma com que eles decidiram sobre a pausa já era um sinal da amizade e companheirismo que permanece até hoje. “Sem amizade, o NX Zero não acontece”, afirmou o baixista. Agora, mais maduros, os músicos se sentem ainda mais seguros e conscientes dos próximos passos que darão juntos.

O plano para que o reencontro funcione bem, segundo Di, é “deixar acontecer com espontaneidade” – em outras palavras, se reunir para tocar, sem pensar em gravações, ao menos por ora. “A gente planejou começo, meio e fim. Temos bem claro isso para nós, que nossos shows vão até dezembro, e vamos aproveitar ao máximo”, afirma.

Mesmo após tantos anos, muita coisa permanece. Ao ser perguntado qual a sensação de estarem reunidos novamente, o frontman é categórico: “Parece que demos uma pausa de um dia e já voltamos a tocar – só que melhores. Quando a gente tá junto ali, tocando, é a mesma sensação [de antes do hiato]. Mas estamos melhores, acredito que vamos saber aproveitar agora.”

Com 22 anos de estrada, a banda ainda sente o frio na barriga típico da profissão rockstar. Di explica: “A gente vive para isso, para essa sensação, aquela coisa que dá no estômago. Ainda mais com o anúncio no Allianz. Já deu aquela boa ansiedade. Estamos na mesma levada que os fãs.” O guitarrista Gee complementa: “A gente está ansioso para rever o público, ver a galera cantando, cantar o NX Zero juntos novamente. A energia está sendo essa.”

As surpresas da nova turnê Cedo ou Tarde

Mas como atender as expectativas construídas pelo público ao longo de quase 6 anos de espera? Tudo está sendo pensado com o empenho que a ocasião exige – e isso inclui o setlist. O baterista Dani dá algumas pistas sobre o processo de escolha das faixas: “Eu sinto que somos jovens ainda, acho meio engraçado falar que temos clássicos, mas há músicas que já marcaram mais de uma geração. São músicas que têm que estar lá”. Além disso, há as favoritas de cada um dos integrantes – afinal, este momento é deles também. Ainda não há nada decidido, mas eles revelam: há boas chances para músicas lado B, como “Insubstituível” e “Mais Além”.

O NX também pretende inovar na configuração do palco. “Estamos preparando uma estrutura diferente, algo que nunca fizemos, uma coisa nova que inclusive precisa de tempo para ser montada”, asseguram. “Será o maior espetáculo, o maior show que a gente poderia fazer, com tudo o que a gente sempre quis, e que antes não dava.”

As novidades prometem surpreender os fãs mais antigos e arrebatar de vez a nova fanbase. Desde 2001, o NX Zero cativou um público sólido e fiel, que os acompanha de perto. Mas, mesmo em hiato, a banda conquistou novos ouvintes, que têm na turnê “Cedo ou Tarde” a primeira oportunidade de vê-los ao vivo. Sobre isso, Di declara: “Algumas músicas do NX só cresceram durante os últimos anos, então há quem não tenha pegado o nosso começo. Eu não tinha noção de que haveria tantos fãs novos. Então, será incrível mostrar o show pela primeira vez para essa galera. Acho que é uma oportunidade legal, é o grande sonho de qualquer artista”

O público expatriado também está no radar. “Tem muita gente que curte o NX e está morando fora do país. Então, estamos pensando em fazer alguns shows fora no ano que vem. Tem muita gente que curte a banda que mora nos Estados Unidos, Europa, Chile, Uruguai, enfim…”.

As emoções do NX Zero

Animado para a turnê? A banda também. “A gente está muito ansioso, muito feliz. Esperamos muito por esse reencontro. A verdade é que estamos tentando controlar as emoções para o primeiro show. Estamos tentando ficar calmos para entrar e entregarmos o nosso melhor”, revelou Gee. 

Acima de qualquer expectativa, o momento é de comemoração e de reconhecimento do inegável legado que NX Zero construiu ao longo de sua carreira no pop punk nacional. Com a concordância de todos, Dani comove a todos ao interpretar este momento: “Poder celebrar nossa história com os fãs, nós cinco juntos, a gente estando bem… Isso é uma coisa muito maravilhosa que a pandemia deve ter ensinado para muita gente, que é celebrar a vida, aproveitar o que você tem hoje, comemorar e honrar o que construímos ao longo destes anos. Vai ser muito histórico, esperamos todos nesta turnê.”

NX Zero em São paulo

Data: 16 de dezembro de 2023 (esgotada)

15 de dezembro de 2023:

Vendas abrem dia 18 de maio, ao meio-dia, pelo site da Eventim.
Local: Allianz Parque
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca, São Paulo – SP, 05001-200
Classificação etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 05 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Venda online: eventim.com.br/nxzero

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