Opinião | Musical de “O Guarda-Costas” mira na nostalgia para comover e acerta

Baseado no filme de 1992, “O Guarda-Costas – O Musical” revive os clássicos de Whitney Houston na voz de Leilah Moreno

A arte é um instrumento para que possamos alcançar as emoções mais profundas e honestas em nosso âmago. Ela pode nos atingir de formas muitos diversas e despertar muitas sensações positivas, e esse foi o sentimento que tive quando no dia 20 de março, assisti a estreia VIP de “O Guarda Costas – O musical” no Teatro Claro.

Baseado no longa-metragem de 1992 de mesmo nome, estrelado por Whitney Houston e Kevin Costner, o espetáculo acompanha a história de Rachel Marron (Leilah Moreno), uma super estrela musical, que é ameaçada por um fanático. A única forma de garantir sua proteção é com Frank Farmer (Fabrizio Gorziza), um guarda-costas profissional, que ao longo do tempo se apaixona pela cantora. A partir daí, os dois vivem um breve romance e um triângulo amoroso, quando a irmã de Marron também se encanta pelo protetor de sua família.

Logo de início já temos contato com a energia de Leilah Moreno, que começa a apresentação com a eletrizante “Queen Of The Night”, em que já demonstra uma presença de palco efervescente e uma voz poderosa, algo já perceptível no programa “Altas Horas”, em que é cantora fixa.

Ademais, ela não é a única que apresenta vocais extremamente hipnóticos, já que Talita Cipriano, que interpreta Nicki Marron, irmã de Rachel, demonstra toda a sua habilidade que, diferente de sua personagem, não fica para trás da protagonista ao cantar “Saving All My Love For You”. Ela ainda consegue fazer uma interpretação tocante mostrando o amor, admiração e ao mesmo tempo inveja de sua irmã mas velha.

Quanto à dinâmica de grupo: é perceptível a química entre os protagonistas e os coadjuvantes, que conseguem trazer o romance, drama e a comédia ao longo de toda a história, principalmente, com o carisma de Leilah Moreno e Fabrizio Gorziza, que conseguem misturar a seriedade da história com os aliviou cômicos presentes em cenas como a do karaokê.

Além disso, uma das partes mais impressionantes são os cenários: mesmo simples, são muito bonitos, elegantes e principalmente, a produção consegue fazer com a troca de cena de forma muito fluida e confortável para o público.

Acima de tudo, o maior trunfo de “O Guarda-Costas” é a forma como todo o conjunto do espetáculo é capaz de comover, animar e trazer memórias nostálgicas no público. Em momentos com as canções “I Will Always Love You” e “I Wanna Dance With Somebody”, era perceptível o quanto esta marcado na memória afetiva este filme que definiu 1992, e mesmo depois de 31 anos, ainda se mantém moderna e divertida.

Ao final do musical, senti uma epifania com tudo que assisti e relembrei como os musicais podem ser apaixonantes. Recomendo a todos os fãs do filme, pessoas que viveram os anos 1990 e quem deseja viver uma experiência inesquecível.

Para garantir seu ingresso, basta acessar o site Sympla. O espetáculo ficará em cartaz até 23 de abril no Teatro Claro, na Vila Olimpia.

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