Imagine uma gangue com os cinco maiores criminosos da cidade. Vivem roubando bancos, arquitetando sequestros e falcatruas mirabolantes, causando perseguições cinematográficas pela cidade e nunca, nunca sendo pegos pela polícia. Eles poderiam ser parte de um filme novo do 007, ou mais uma edição normal de um jornal de TV aberta, mas não. São eles: Os Caras Malvados — ou The Bad Guys, no título original.
Baseada na série homônima de livros infantis best-sellers do New York Times, a nova animação da DreamWorks nos apresenta cinco animais integrando essa gangue impensável, totalmente desviados da lei e que, em uma enrascada, são desafiados a se tornarem “bonzinhos”. Mas como é que cinco seres totalmente malvados podem se tornar cidadãos exemplos e se tornarem admirados por toda a cidade?
Claro que para descobrir, você precisa ir ao cinema assistir ao filme depois do dia 17 de março. Nós do escutai fomos convidados para a cabine de imprensa, e vamos te dar alguns bons motivos para ocupar uma poltrona do cinema e acompanhar essa aventura.
Em 1h40 você vai sair completamente da realidade. Se os pôsteres e imagens promocionais do filme não foram suficientes para despertar o seu interesse, saiba que na sala de cinema não demora 3 minutos até você estar completamente entretido e investido na narrativa.
Com um time de peso dublando os personagens, Rômulo Estrela, Agatha Moreira, Sergio Guizé, Luis Lobianco, Babu Santana e Nyvi Estephan dão as vozes para os personagens e os deixam ainda mais cativantes. É incrível como a dublagem impecável de uma animação consegue imprimir tanta verdade para personagens em desenho, e esse é o caso aqui. O carisma dos atores que nunca aparecem costuram a narrativa e divertem – mesmo no humor family friendly.
Confesso que mesmo após anos investido em animações profundas e surpreendentes sobre auto conhecimento, aceitação e laços familiares que arrebataram as salas de cinema dos últimos anos, Os Caras Malvados consegue ser um filme que, mesmo aparentemente nadando contra a corrente, entrega um roteiro impressionante, envolvente e amarradinho. Nenhum segundo do filme é entediante, desperdiçado ou não convincente: e estamos falando de animais criminosos que dirigem carros e governam a cidade.
O teor animação do filme é usado em seu maior poder aqui: o de criar uma narrativa que, embora com elementos de realidade, entrega tudo que um 007 jamais poderia entregar por se levar a sério demais. É justamente nesse espaço onde nada é real que nos sentimos em casa para acreditar nos acontecimentos fantasiosos e não nos sentirmos enganados ou infantilizados pela trama.
A DreamWorks entrega com competência um filme quase distópico para os adultos, mas que pode (e deve) ser visto por toda a família, entretendo os mais jovens, alienando os mais velhos e agradando a todos por quase duas horas de mais leveza e diversão em dias tão confusos.
