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Som peculiar do Dry Cleaning deixou público atordoado no C6 Fest

Dry Cleaning surpreendeu na primeira edição do C6 Fest com seu som pesado e vocais hipnotizantes de Florence Shaw.

O primeiro dia do C6 Fest foi bastante diverso, e um dos artistas que mais se destacaram foi o quarteto britânico Dry Cleaning, conhecido por seu estilo singular. O palco era simples, mas a simplicidade do visual da apresentação parecia contrastar com o resultado do show, que foi barulhento, único e hipnotizante.

Os quatro membros da banda pareciam uma equipe de super-heróis, cada um com um poder completamente diferente e específico. À primeira vista, nada parecia se conectar entre eles. No entanto, bastaram alguns acordes iniciais para perceber que, naquele caso, os opostos se atraíam e formavam algo bastante especial.

O baterista Nick Buxton parecia ter saído de uma banda tímida de indie rock, o baixista Lewis Maynard tinha o visual de um membro de um grupo de metal, enquanto o guitarrista bonitão Tom Dowse soava como uma estrela solo. No entanto, é inegável que a vocalista Florence Shaw é o elemento mais incomum da banda. Seus trejeitos, modo de cantar, olhar para a plateia e até mexer no cabelo eram características únicas que só se encontravam nela. Alguns comentários brincavam que ela parecia a irmã bruxa da floresta da xará Florence Welch.

A surpresa veio ao perceber o quão animada a plateia estava para o show. Gritos ensurdecedores ecoavam (tão altos quanto os instrumentos) após algumas palavras da vocalista sobre as próximas músicas a serem tocadas. A introdução antes de anunciar que “Gary Ashby” seria performada foi um dos momentos mais agitados do público.

É importante lembrar que o Dry Cleaning é uma banda que não utiliza vocais cantados em suas músicas. Todas as letras são declamadas como poesia falada. Para aqueles que decidiram conhecer o grupo naquele momento, isso pode ter sido surpreendente, mas de uma forma inexplicável e quase apavorante, os membros conseguem fazer sua sonoridade combinar e dialogar muito bem com quem os ouve. Essa forma de vocalização pode não ser algo novo, mas é indiscutivelmente bonita de se ouvir quando bem utilizada.

A banda é relativamente nova, com apenas dois lançamentos em sua discografia, mas é inegável o quanto eles se beneficiaram da apresentação na primeira edição do C6 Fest. Mesmo tendo se apresentado para um público reduzido (como aconteceu com todos os artistas do palco Tenda Heineken naquele dia), isso não foi um problema, e eles entregaram seu trabalho como se estivessem em um estádio lotado. O saldo foi positivo tanto em termos de qualidade quanto pelo carinho demonstrado pelos fãs mais dedicados, provando que são um nome a ser acompanhado de perto.

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