Encerrando a cobertura do Festival Forró da Lua Cheia em Altinópolis, interior de São Paulo, o escutai a convite do evento e da Umusic conta como foi o terceiro dia, que trouxe mais canções de protestos, muita energia no palco e na plateia, além de fogos de artifício. Confira também como foram os dias um e dois do festival.
El Efecto
A banda carioca conseguiu exprimir muitas sensações no palco: Primeiro por suas letras que, assim como Bia Ferreira no segundo dia, trazem um viés de posicionamento político e social – aqui com a questão trabalhista e uma visão socialista, por exemplo na música “Café“; Segundo pela mistura de ritmos que vão desde de um hard rock até um samba melódico. A mudança as vezes é brusca, mas é muito interessante e original; e em terceiro lugar pela performance circense que há em uma das músicas.
Com toda certeza, o Palco Mirante balançou muito com a banda, pois de fato é uma experiência diferente e interessante de se ter em um festival – trazer a arte em várias formas sem perder uma visão crítica do mundo.
Mart’nalia
Logo após uma queima de fogos no céu de Altinópolis, o Palco Vale trouxe Mart’nalia. Pode-se dizer com certeza: independente do seu gênero musical favorito, ir ao um show da cantora é para voltar fã. Com sua voz rouca e carisma, ela te conquista tanto pelas canções, quanto pela interação entre a banda e público.
Seu repertório traz canções de Vinicius de Moraes “Minha Namorada” e “Pra que Chorar”, sua parceria com Lagum e L7nnon em “Eita Menina” – e a parte principal de seu show: um medley das músicas de Martinho da Vila, seu pai, com “Ex amor”, “Disritmia” e “Mulheres”. Quando chega no refrão da última, a banda traz um tom de rock para música, deixando tudo ainda mais interessante e divertido.
BaianaSystem
Assim como os Racionais e o Grande Encontro, o havia também uma grande expectativa para esse show, que foi muito bem atendida para o público, que vestia a máscara do grupo. Russo Passapusso tem forte domínio do público e os agita a cada comando que ele manda. O artista tantos nas canções, quanto no seu discurso exalta a música brasileira, principalmente o maguebeat e o samba.
Um forte elemento de sua apresentação é a guitarra baiana, que é excelente e deixa um ar mais interessante na música, além da dissonância do microfone e dos instrumentos eletrônicos.
Francisco El Hombre
O show final foi do grupo Francisco El Hombre, que fez o público dançar, se emocionar e trouxe posicionamentos contrários ao governo vigente, principalmente na canção “Bolso Nada” e “Arranca a Cabeça do Rei”.
Um dos momentos mais marcantes foi quando a vocalista Juliana Strassacapa cantou “Triste, Louca ou Má” que fez o público a aplaudir por vários minutos. Outro momento foi quando a banda chamou o grupo de resistência indígenas Pataxó para discursar no palco.
Um grande destaque da banda é sua presença de palco, principalmente de Juliana e Mateo Piracés-Ugarte, que revigora o público com seu jeito enérgico e com as canções “Calor da Rua” e “Tá Com Dólar tá com Deus”.