Tool: a poção mágica que aperfeiçoou o metal independente

Com diferentes inspirações e aspirações, é preciso conhecer para (tentar) entender o som multifacetado da banda Tool

Dois fãs de rock entram num bar e dizem que curtem metal progressivo com um toque de experimentalismo. Em algum momento dessa conversa, eles irão mencionar a banda Tool. Com essa sonoridade de metal alternativo com raízes fortes no metal per se, o grupo formado em Los Angeles no final dos anos 80 rapidamente se destacou no cenário fonográfico.

Com uma sonoridade pouco explorada à época, juntamente a letras pra lá de enigmática e videoclipes hipnotizantes (vamos lembrar que estamos falando do início dos anos 90, então os clipes eram determinantes na hora de alavancar o trabalho dos artistas), Tool recebeu críticas positivas e agradou ao público da época, que se aventuravam com o mainstream de Metallica e Iron Maiden.

Os ingredientes secretos de Tool

Grande parte desse conjunto de características que colocou o grupo na cena musical veio da inspiração da banda Sepultura. O metal feito no Brasil e exportado em forma de música conquistou diversos grupos que surgiram no mesmo período que o Tool, e talvez seja desse ponto que parta o experimentalismo no grupo estadunidense. Maynard James Keenan (vocais), Adam Jones (guitarra), Danny Carey (bateria) e Justin Chancellor (baixo) rapidamente encontraram uma química entre suas demais influências, abrangendo, além do metal, jazz e música eletrônica, por exemplo. 

Com riffs de guitarra complexos, ritmos sincopados e letras com referências a mitologia, psicologia e espiritualidade, as composições da banda são longas em duração e têm estruturas intrincadas. Os elementos que formam o som do Tool são como uma poção mágica — não apenas por unir diversos elementos que, a uma primeira impressão, parecem desconexos, mas por ter um resultado esotérico. 

Do indie ao metal mainstream

Ao longo de sua carreira, o Tool lançou álbuns que tiveram destaque dentre o universo metaleiro, como “Undertow” (1993), “Ænima” (1996) e “Lateralus” (2001). Esses trabalhos consolidaram a reputação da banda como uma das mais importantes do rock alternativo dos anos 90 e 2000. O trabalho da banda foi condecorado com quatro Grammies, sendo o primeiro prêmio concedido em 1998 na categoria Melhor Performance de Metal por “Ænima”. O fonograma de ouro mais recente foi entregue à banda em 2020, na mesma categoria — desta vez pela faixa “7empest”.

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Se essas descrições herméticas e místicas causaram confusão, fica o convite para ouvir o som de Tool. Quem quiser ousar pode conferir a apresentação que o grupo de metal estadunidense fará no Lollapalooza Brasil, no dia 30 de março. A banda é uma das headliners da data, ao lado de Justin Timberlake. No mesmo dia também se apresenta Sepultura, uma das inspirações do grupo.

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