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Crítica | Zella Day, “Sunday In Heaven”

A construção de uma dimensão psicodélica e alucinante com grandes influências ao retorno da disco music ao mainstream em “Sunday In Heaven”.

Não é de hoje que o cenário musical têm buscado referências no passado a fim de repaginar a indústria. O que é ainda mais evidente quando notamos o sorrateiro retorno da disco music lá em 2019 com o cover de “I Feel Love” gravado por Sam Smith e como depois de 3 anos, a influência da música dos anos 70/80 não parou de crescer entre os artistas independentes e segue traçando um caminho até o mainstream (vide Renaissance, último lançamento de Beyoncé).

Com Zella Day não poderia ser diferente, a artista que sempre trouxe uma sonoridade mais nostálgica para seu trabalho, lança “Sunday In Heaven” igualmente carregado dessa influência.

A incrível “Mushroom Punch” abre o álbum com uma grande pista do que vem pela frente: uma incrível viagem psicodélica. Seguindo com “Am I Still Your Baby” e “Dance For Love”, temos o produto de uma das melhores aberturas do ano. Coesas e muito bem produzidas.

Ainda com muita riqueza em detalhes sonoros e letras impactantes, “Sunday In Heaven” desacelera o ritmo no momento que chega em “I Dont Know How To End”. A balada sobre um amor prestes a acabar, é um dos momentos onde Zella Day mostra seu potencial em composições com o que se torna, definitivamente, um grande momento nessa jornada de nostalgia, ao lado de “Radio Silence”.

Desacelerando ainda mais, “Almost Good” é quase um acústico digno de uma cena country, acompanhando um whisky sem gelo e algumas lágrimas que se arrastam até o encerramento na música título.

“Sunday In Heaven” constrói um cenário psicodélico sobre a solidão de corações partidos através de uma cena repaginada pelos tempos atuais, a música disco. Num álbum que praticamente não possui pontos negativos, é preciso ressaltar: Zella Day mergulha de cabeça numa tendência que cresce sutilmente e faz isso de uma forma majestosa.

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