Bree Runway faz o que ela quiser e estamos aqui para isso

Seguindo como artista independente, Bree Runway tem seu próprio sistema quando isso diz respeito à impor seus ideais artísticos

A infância de Brenda Wireko Mensah, conhecida artisticamente como Bree Runway, não foi fácil. Com ascendência ganense e morando em Londres, a artista enfrentou bullying e preconceito na escola por conta da sua cor logo aos 9 anos de idade. Em entrevista à revista britânica Dazed em março de 2020, a rapper disse que conhecer artistas como Grace Jones, ainda tão nova, a libertou para o entendimento do seu próprio corpo e cor.

Ainda durante o período escolar, Bree Runway teve seu primeiro incentivo na música ao se apresentar para a então primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, que a encorajou, afirmando que gostaria de vê-la um dia se apresentando na Casa Branca.

Seguindo o desejo de se tornar uma artista renomada, em 2015 e 2016, Bree Runway lançou duas mixtapes intituladas RNWY 01 e Bouji. Nos dois primeiros trabalhos, porém, a artista explorou sonoridades mais voltadas ao Trap/Pop, com uma pegada hip hop melódica, um som diferente e menos comercial do que o rap eletrônico que a alavancaria ao sucesso nos anos seguintes. Foi apenas em 2017, com o lançamento da música “What Do I Tell My Friends?”, que aborda a exploração de artistas na indústria, que ela chamou a atenção do grande público. O sucesso da canção rendeu à artista seu primeiro contrato com uma gravadora, a EMI Records, em 2018.

Já no ano de 2019, apenas com um ano de contrato com a gravadora, Bree Runway chamou a atenção dos grandes veículos especializados em música. Seu single de estreia, “2ON”, foi eleito uma das 50 músicas mais populares do ano pela revista Paper, e comparações sobre seu estilo com rappers como Lil’ Kim, Nicki Minaj e Missy Elliott começaram a aparecer nas redes sociais.

O sucesso da rapper britânica parecia certo. No ano de 2020, a revista americana TIME elegeu o single “Little Nokia” como uma das quatro melhores músicas do ano, afirmando que Bree “fazia rap como Missy Elliott, dançava como Janet Jackson e tinha uma voz ríspida como Joan Jett”. Ainda em 2020, a artista anunciou sua primeira mixtape assinada com sua então gravadora. Intitulado 2000and4Eva, o trabalho contou com 9 músicas e participações especiais de artistas como Mallibu Miitch, Young Baby Tate e Missy Elliott.

A faixa “ATM”, um dos maiores destaques do disco, apresenta uma letra sobre sedução, dinheiro e ostentação, temas frequentes e até batidos no universo do hip hop. A música se destaca, porém, com um clipe que apresenta Bree e Missy com visuais luxuosos e uma coreografia inicial digna de uma trend no TikTok. O vídeo acabou se tornando um clássico instantâneo entre os fãs da artista, sendo indicado em 2021 ao UK Music Video Awards. Apesar de ser conhecida como uma habilidosa rapper, Bree Runway não limita sua arte e explora diferentes texturas e potencialidades da sua voz. Suas influências musicais, que vão desde Lil’ Kim e Missy Elliott até Madonna, Christina Aguilera e Lady Gaga, refletem sua concepção de arte. Em “Somebody Like You”, lançada em 2022, Bree explora seus vocais e aposta em uma sonoridade R&B.

Outra das principais características da artista, no entanto, foge de sua extensão vocal. Bree Runway também é conhecida na indústria e entre os fãs de música por seus visuais marcantes em clipes e performances, sempre apostando em looks que mesclam o urbano, social e o futurismo. Após o início promissor da carreira, a rapper britânica decidiu, em 2023, seguir como artista independente após divergências criativas com sua então gravadora, a EMI Records. Em entrevista à Vogue britânica, Bree Runway declarou que queria manter as próprias rédeas de sua arte.

E isso não demorou para acontecer. No dia 13 de junho de 2024, Bree Runway retornou à música e lançou seu primeiro trabalho como artista independente. Em “Just Like That”, a artista clama seu lugar no cenário musical: “Justo quando eles pensaram que eu tinha parado… Claro, eu sou uma estrela pop, eu já fui pop”. Seu single de retorno recupera sua identidade apresentada em músicas como “That Girl” ou “Hot Hot”, com a presença de um fluxo único de rimas com batidas rápidas e aceleradas e influências do pop eletrônico, um território em que Bree Runway domina e se destaca enquanto artista.

Com contrato assinado com uma grande gravadora ou seguindo como artista independente, uma coisa é certa: Bree Runway continuará explorando sua persona artística, fazendo o que quiser fazer e buscando introduzir curiosidade pelo desconhecido para quem a acompanha.

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