C6 Fest dá show de organização em estreia no Rio de Janeiro

Primeira edição do C6 Fest trouxe dualidade ao palco do Vivo Rio com shows de eletrônica, free jazz e indie rock.
Crédito: C6 Fest em São Paulo (2023)

Entre novos talentos e lendas consagradas na indústria musical, o C6 Fest estreiou na noite carioca com uma edição super madura e descolada do convencional. Numa versão bem resumida do que rolou em São Paulo, o Vivo Rio foi palco de três noites enxutas que, claramente, desencadearam um futuro incerto pra um festival um tanto promissor.

Sem muitas firulas ou sequer publicidade, a primeira noite do evento ainda era um grande mistério em todos os sentidos. Sucesso de vendas? Ativações? A única certeza ofertada pela produção era a qualidade de seu material.

A seriedade em sua proposta de abraçar um público adulto que não buscasse quase nada além de apreciar o bom e velho Free Jazz e a clássica música eletrônica, levou a ideia de desenvolver um festival dentro de um espaço fechado. O que o tornou extremamente limitado.

Dito isso, o aspecto de festival só pareceu considerável pela sequência de datas na cidade. No mais, a primeira noite poderia ser facilmente confundida com um show do Underworld que teria como ato de abertura os icônicos e memoráveis Kraftwerk. De qualquer maneira, é até chique, não é mesmo?

A princípio, o fato de que essa seria sua primeira viagem ao mundo da música faz a organização surpreender de uma forma muito positiva: horários cumpridos com extrema pontualidade; bares e banheiros com capacidade ideal para comportar as necessidades do público (que não foi suficiente pra lotar a casa) e funcionários sempre disponíveis em quase toda a região do evento.

Podemos esperar uma próxima edição do C6 Fest no Rio de Janeiro?

Talvez. Afinal, ficar marcado na história é uma das propostas do C6 Fest. Um evento que utilizou todas as cartas na manga em troca de produto de qualidade é capaz de transformar a mente de qualquer apreciador da arte. Se distanciando de um local supérfluo desenvolvido apenas para o passatempo de um público pouco interessado no conteúdo.

Em contrapartida, um dos pontos que fazem questionar o futuro do festival é a busca pelo retorno na visão de patrocinadores. Não apenas financeiro, mas também comercial. Era visível que, a cada dia, a quantidade do público presente nos shows era menor. O que não aconteceu da mesma forma em São Paulo, cidade que recebeu um line-up ainda mais recheado de grandes personalidades.

De certa forma, uma edição a cada dois ou três anos com o intuito de deixar o publico cada vez mais sedento para a surpresa de um line-up repleto de artistas renomados, pode ser a arma secreta para um projeto promissor.

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