Crítica | Bleachers, “Bleachers”

Com o frescor de Antonoff e instrumentais arrojados, o quarto álbum do projeto marca sua melhor fase.



Impossível falar sobre o Bleachers sem ter Jack Antonoff como ponto de partida. O produtor multifacetado e desejado por praticamente todas as artistas do cenário musical atual entregou trabalhos recentes que estiveram na boca do pop: seja na aclamação ou na crítica. Dos amados NFR, de Lana del Rey (2019) e Folklore, de Taylor Swift (2020) ao controverso e divisor de águas “Solar Power“, de Lorde, em 2021, todos possuem alguns ingredientes em comum, costurados pela mesma mente criativa: Jack.

Com toda a evidência, prêmios e discussões que vieram desses anos, não é de se estranhar a dúvida: o que vem para o Bleachers? O projeto musical do artista, que completa agora 10 anos, finalmente ganha uma nova peça fundamental: o quarto álbum de estúdio.

Com 14 faixas e uma participação com Lana Del Rey (na deliciosa Alma Mater), o projeto emula a nostalgia dos anos 80 com um som orgânico e coerente, que amarra o álbum em um trabalho coeso e confortável — no melhor sentido.

Faixas como “Tiny Moves” e “Modern Girl” dão a impressão de estarmos ouvindo a trilha sonora de um dos nossos filmes “coming of age” favoritos, festejando o final da adolescência e com o fervor de desbravar o desconhecido. Em outros momentos, como “Me Before You”, “Hey Joe” e “We’re Gonna Know Each Other Forever” o ritmo desacelera e abre espaço para uma energia ora romântica, ora introspectiva, tornando o álbum especial e marcante.

Somando os elementos orgânicos, sintetizadores suaves e outras experimentações sutis de Antonoff, o álbum soa como a melhor das viagens no tempo, fundindo de forma impecável os elementos que solidificaram o indie e trouxeram o gênero aqui, com o frescor de quem tem bagagem para avançar e impactar o futuro.

91/100

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