A amarga obra de arte que é The Last Of Us Part II

The Last Of Us se tornou o jogo da década eleito quando ainda era da geração do Playstation 3.

Você pode ler essa matéria com total segurança de spoilers.

Certamente, The Last Of Us Parte II será para sempre lembrada como uma obra de arte, que consegue ecoar distintos sentimentos a quem joga ou assiste o jogo. Antes de tudo, é preciso entender uma informação fundamental. Jogos de videogame são há tempos obras tão imersivas e significativas que flutuam entre as artes como música, filmes, séries, animes, quadrinhos, mangás e afins. Existem diversos jogos já lançados que podem ser considerados obras de arte, mas The Last Of Us chegou para empurrar esse patamar adiante.

 

Cinco anos após os acontecimentos do primeiro jogo, Ellie e Joel estão agora em Jacksonville County, junto a Tommy, Dina, Jesse e diversas outras pessoas, que agora conseguem viver em sociedade, com as devidas proteções e cuidados. Uma vida melhor para tantos que sofrem meio ao caótico vírus da mutação do Cordyceps, que assolou a humanidade e tornou o planeta em um caos apocalíptico.

Existem novos infectados, que são muito bem apresentados, o visual do jogo é impressionante levando em consideração todas as atualizações tecnológicas e como a Naughty Dog conseguiu mais uma vez tirar o melhor da plataforma. A jogabilidade é consideravelmente melhor, trilha sonora impecável mais uma vez criada por Gustavo Santaolalla e Mac Quayle. Toda a produção de The Last Of Us é incrível.

Pronto, agora você já sabe o básico sobre o jogo, que pela produção vale a pena comprar. Mas, falta um detalhe… A história! The Last Of Us é um jogo beirando a perfeição, inclusive narrativamente, fazer uma continuação é um risco enorme. De fato, a Naughty Dog decidiu correr esse risco. As críticas que saíram até então, são extremos. Ou amou ou odiou o jogo. Quase ninguém tem conseguido avaliar The Last Of Us da maneira que é necessária. E é até compreensível, afinal as pessoas estão esperando por esse jogo há muitos anos.

Muitas das críticas negativas reclamam que o jogo perde muito tempo com novos personagens, quando deveria focar em Joel e Ellie. Outras são reclamações quanto a humanização dos antagonistas. Críticas que apesar de compreensíveis, não fazem sentido em um texto crítico! Afinal, julgar a obra envolve entender o conteúdo e a forma com que esse conteúdo é apresentado.

Niel Druckman, diretor do jogo, já afirmou que The Last Of Us se propõe ao debate sobre violência, e ódio. E toda a gameplay é focada na vingança da Ellie, com uma sequência de incontáveis personagens, mortos não só pelas mãos de quem joga, mas também pelos contextos da narrativa. E no fim, para criticar esse jogo é preciso somar cut scenes, jogabilidade e todos os momentos em que o jogador se vê meio a história.

Já foi ressaltado aqui a qualidade gráfica, a incrível trilha sonora e a melhoria considerável da jogabilidade. Mas o que falta é analisar e entender a narrativa de The Last Of Us Part II. A história contada pelo jogo e a forma que a Naughty Dog decidiu contar. Certamente o jogo não é pioneiro em inovações de jogabilidade, ele apenas adaptou o que já existe em outros universos dentro da continuação. Decisões importantes, pois a jogabilidade está consideravelmente melhor. Mas essa é a penas uma parcela de toda a experiência que The Last Of Us Part II se propõe.

Todos os personagens, incluindo npc e até o cachorro tem nome e relevância. Todas as escolhas na produção e ações durante o jogo estão diretamente ligadas a narrativa.  Logo, analisar e desenrolar a crítica sobre The Last Of Us Part II (ou qualquer outro jogo) demanda um trabalho atualizado e completo. Afinal, dizer que The Last Of Us Part II é um jogo sobre ódio e vingança é apenas ressaltar o óbvio. Analisar e criticar o jogo exige análise e reflexão sobre todas as horas jogadas.

The Last Of Us Part II se propõe a fazer você sentir. Faz você olhar os dois lados e ver o que há em cada universo de personagem. E mais, provoca a ideia de sentir prazer ou desgosto em matar diversos personagens, em busca de vingança. E a forma que a obra decide levar o jogador entre esses caminhos, é uma escolha acertada.

Os jogos tem conquistado cada vez mais espaço na indústria do entretenimento. Recebendo enfim o reconhecimento de arte que são. Logo, é necessário que exista uma transformação na forma de analisar e criticar jogos.

The Last Of Us Part II é uma obra de arte. Te faz refletir sobre amor e ódio, vingança e perdão, limites e variáveis. É um jogo que te emociona do começo ao final. E que deixa um gosto amargo quando acaba. É uma obra incrível, marcante e que merce toda a atenção possível. O que a Naughty Dog fez com The Last Of Us, será lembrado para sempre como uma ação de amor e respeito com todos os fãs dos exclusivos da Playstation.

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