O primeiro single do “LG7” chega ao mundo com um tom obscuro e autorreferências.
Na véspera de Halloween aparentemente preparada para um comeback glorioso, Lady Gaga lançou “Disease” na madrugada do dia 25, preparando o terreno para o que parece ser a promessa de um disco mais pesado e voltado às origens do darkpop que sempre a diferenciou da sonoridade comum.
Em meio a muito mistério e uma estética visual grunge, pouco se sabe sobre os próximos passos e lançamentos da era. Apesar de um teaser do que deve ser o videoclipe da canção (e que pode referenciar clássicos do terror, gênero cinematográfico preferido de Gaga) e pouquíssimas fotos em que Gaga aparece morena, não temos data de lançamento ou muitas novidades. Não sabemos se a artista pretende fazer aparições públicas, apresentações em programas de TV ou muito mais sobre o direcionamento da era.
Por enquanto, o que “Disease” nos apresenta é uma música pop poderosa, que emula e referência elementos consagrados na própria discografia, desde a melodia pegajosa nas repetições dos “aaah-aaahs” que se distribuem pela canção, a batida marcante que remete ao álbum Chromatica (2020), vocais mais incisivos e potentes como nas faixas pop-rock de Born This Way (2011) e um sintetizador crescente e hipnotizante que parece vir diretamente do ARTPOP (2013).
Com o último minuto magnético e apoteótico da canção, Gaga demonstra sua versatilidade e força no retorno para um espaço que pareceu vago e carente da artista todo esse tempo, com um som distorcido de liberação e perigo que a artista sempre trabalhou tão bem, como em The Fame Monster (2009) e em momentos mais sombrios de Born This Way.
Parecendo querer reclamar a justiça para faixas que ficaram consagradas no favoritismo dos fãs (como Electric Chapel, Heavy Metal Lover, Sexxx Dreams, Bloody Mary e Dance in the Dark), a artista volta a colocar o elemento dark como um dos ingredientes principais de sua música, deixando que o mistério, o esquisitismo e as distorções carreguem suas mensagens poderosas e que prometem habitar o imaginário do público, que se outrora pareceu rejeitar o desconhecido, agora o celebra enquanto a caixa de ótimas surpresas que Gaga tem para entregar.