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Tim Bernardes encanta Belo Horizonte com “Mil Coisas Invisíveis”

No palco com apenas três instrumentos, Tim Bernardes se provou com a potência de bandas completas.

A noite de quinta-feira, dia 17 de novembro, foi regada de uma sensibilidade e talento inconfundíveis: com show esgotado no tradicional Cine Theatro Brasil Vallourec, Tim Bernardes subiu ao palco às 20h para presentear a plateia com o show de seu álbum mais recente, “Mil Coisas Invisíveis”.

Sozinho no palco com três instrumentos: um violão, uma guitarra e um piano de cauda, Tim tocou e emocionou os presentes por duas horas a fio. Sem grande produção ou aparatos técnicos que distraíssem a plateia, todos os olhares presentes se fixaram em um só ponto por toda a noite: o artista.

Com seu visual característico de um membro perdido do Beatles e sua camisa verde — numa homenagem à capa do álbum —, o cantor guiou o show por seus dois álbuns solo: além do mais recente, o marcante “Recomeçar” (2017) se fez presente com suas melodias inconfundíveis — como quando a faixa título começou no piano e arrancou gritos emocionados da platéia.

Outro momento de destaque ficou por conta de “Baby”, música de Gal Gosta que foi rearranjada por Tim e regravada em um dueto por ambos, presente no álbum “Nenhuma Dor”, lançado pela cantora em 2021. “Prudência”, canção escrita por Tim Bernardes e interpretada por Maria Bethânia também marcou presença na setlist do show, mostrando como o cantor conseguiu trilhar seu caminho também entre grandes estrelas que o inspiraram.

Em momentos de descontração, Tim deixou a plateia guiar boa parte do show: ao ouvir os gritos, o artista tocava a música pedida. E não foram poucas — com esses pedidos, foi possível também passearmos pela trajetória d’O Terno, banda da qual Tim também faz parte. Músicas como “Volta” e “Ai Como Eu Me Iludo” fizeram com que os presentes cantassem junto num coro baixinho, intimista e confidente.

Com um “bis” que durou pelo menos meia hora e a versatilidade do artista que ia variando os instrumentos conforme as músicas pediam, o espetáculo eventualmente chegou ao fim com o teatro aplaudindo de pé. De certo, todas as melodias, poesias e vocais sensíveis e poderosos de Tim ecoaram pelas paredes e marcaram o coração de todos os presentes, que não pareciam querer sair do prédio – fosse pelo receio de perder mais uma, ou pela recusa a voltar para o mundo real após o aconchego proporcionado pelo espetáculo.

Não que precisasse, mas Tim provou e reafirmou a cada melodia seu lugar na Música Popular Brasileira. As melodias aconchegantes, poesias marcantes e notas sensíveis são motivos mais que suficientes para justificar os ingressos esgotados semanas antes do espetáculo, bem como a procura intensa por novos, de quem ficou de fora. O carisma do cantor também não fica para trás: a cada pausa para contato com o público, as risadas se misturavam às reflexões e emoções causadas por suas letras.

Fica difícil não torcer para que os próximos shows de Tim Bernardes surjam o mesmo efeito e alcance tantas outras pessoas. Também é difícil não querer outro show como o que assistimos assumindo novamente os palcos da cidade, inundando a todos com tamanha grandeza — mesmo que disfarçada com o tom intimista do show. É justamente nessa proximidade e intimidade proposta por Tim que nos conectamos com seu universo, e somos tocados pelas mil coisas invisíveis, sensíveis e bonitas que o artista carrega dentro de si.

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