Violeta brilha e os pássaros cantam em “Bebedouro”

Violeta sai de um capítulo sem cor, coberto com sentimentos pesados, para dar lugar ao brilho genuíno

Símbolo da vitória, o bem-te-vi é um dos pássaros mais populares do Brasil e um dos primeiros a anunciar o amanhecer. Ele transborda alegria com seu canto inconfundível, seu jeito de ser, sua confiança e alto astral. Apesar do tamanho e da simpatia, o bem-te-vi possui personalidade forte e uma maneira única de se dispor.

Essa é a descrição que mais se encaixa para Violeta, artista catarinense que se apoia na arte lírica ao traduzir seus sentimentos. “Bebedouro“, seu novo single, é delicado e arrebatador. Duas coisas opostas e ao mesmo tempo complementares. Curiosamente quase chamada de “Bem-Te-Vi“, a música homenageia sua raíz da melhor forma.

Amarelo cor girassól, toques de pele, pétalas molhadas. O simbolismo que escancara a letra doce de “Bebedouro” se faz presente no visual oficial da faixa, representando seu receio íntimo de exposição não só emocional, como física.

Violeta sai de um captítulo sem cor e pálido, coberto com sentimentos pesados e genuínos, para dar lugar à cor e ao brilho, onde a imensidão do que sente se transborda como arte energética.

A poesia de quintal que “Bebedouro” introduz é pura, singela e tem como principal artefato retribuir às memórias tudo aquilo que elas conseguiram carregar até aqui. Luis Henrique Crema, da Égide Movement, tem grande mão na criação desse sentimento com sua direção catártica, assinando não só esse como outros projetos de Violeta.

É, no mínimo, um privilégio presenciar projetos tão bem feitos partindo de artistas iniciantes e além disso, independentes, sendo entregues com tamanha feição ao mundo. Uma verdadeira aula aos que aqui já estão.

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