As 5 melhores músicas de cada álbum da Lady Gaga

Revisitamos a carreira de uma das popstars mais emblemáticas da música e aqui estão nossos principais destaques

Quando se fala em iconografia no mundo artístico, logo pensamos em algo emblemático, algo que, ao ser mencionado, já está intrinsecamente ligado ao imaginário coletivo por sua atemporalidade. Em 2008, Lady Gaga nos mostrou — de maneira irreverente — os primeiros passos do que seria uma carreira revolucionária e única. 

Com suas escolhas ousadas em figurinos, a quebra de barreiras e das expectativas do que era compreendido como “normal”, Gaga trouxe com sua música uma grandiosidade que só uma artista com plena consciência de sua visão criativa poderia alcançar. Incorporando o significado de disruptivo, criou obras que transcendem a convencionalidade e, até hoje, são referência no que chamamos de “o verdadeiro pop”.

Nascida Stefani Joanne Angelina Germanotta, Lady Gaga estreou com seu álbum The Fame (2008), que rapidamente a catapultou ao estrelato global. Desde então, ela nunca se limitou a uma única estética ou som. De lá até seu lançamento mais recente, MAYHEM (2025), Gaga sempre buscou sair da zona de conforto, inovando visual e sonoramente, sempre se mantendo fiel à sua essência artística.

Agora, quase 20 anos depois, revisitamos um dos catálogos mais marcantes da indústria musical. Entre álbuns solos, colaborações, trilhas sonoras e edições remixadas, Gaga sempre deixou sua marca registrada em cada projeto. Hoje, ao destrincharmos esses trabalhos, mergulhamos em sua trajetória e destacamos cinco de nossas faixas favoritas de cada um de seus discos.

The Fame (2008)

  1. Brown Eyes
  2. Paparazzi
  3. Just Dance
  4. Love Game
  5. Boys Boys Boys

Era o início de tudo, e o potencial exuberante de Lady Gaga estava prestes a conquistar a mídia, marcando o surgimento de uma nova era. The Fame foi o álbum que liderou o que hoje chamamos de “novo pop” e se tornou referência para uma geração de artistas, dentro e fora do gênero. O pop chiclete, aquele com versos repetidos que gruda na mente e melodias que não saem da ponta da língua, encontraram sua forma definitiva e ganharam força exponencial, preparando o terreno para tudo o que ainda viria a seguir.

1. Paparazzi

Recheada de drama e refletindo a essência temática do disco, “Paparazzi” é uma faixa perfeita para representar tudo que The Fame expõe. Após a performance do VMA de 2009 (que catapultou Gaga a um sucesso meteórico), é impossível negar que esse talvez seja o maior ato do álbum.

2. Just Dance

Os sintetizadores e a batida viciante abrem o disco com todo o magnetismo que o pop de Gaga viria trazendo. Até os versos de Akon e o chamado “A Redone — Konvict — Gaga” são um sinal de uma festa irreverente e marcante que não vão sair nunca mais da sua cabeça.

3. Love Game

Solidificando o talento em fazer músicas dançantes e viciantes, “Love Game” é com certeza um dos melhores singles de The Fame, trazendo em sua letra parte da irreverência sexual que ficaria tão característica da personalidade de Gaga, e mais um hit chiclete que também é muito mais que isso.

4. Boys Boys Boys

Infelizmente passou batido no furacão de singles e sucessos do álbum, “Boys Boys Boys” é uma das melhores faixas pop da década. Com todos os elementos que se preze numa excelente faixa elétrica, representa muito bem todo o populismo que era produzido até então e merecia ter muito mais reconhecimento dentro da discografia.

5. Brown Eyes

Uma das maiores baladas da carreira, esta canção romântica revela a essência de Gaga no piano, acompanhada por uma bateria e guitarra que evocam suas influências do rock, resultando em uma faixa verdadeiramente atemporal — que, sem dúvida, merecia maior destaque no gosto popular.

The Fame Monster (2009)

  1. Alejandro
  2. Bad Romance
  3. Speechless
  4. Dance In The Dark
  5. So Happy I Could Die

Se com The Fame Lady Gaga já conseguia intimidar até os mais céticos, foi em The Fame Monster, uma espécie de continuação do disco, que ela realmente fez os críticos entenderem com quem estavam lidando. Neste álbum, a cantora abordou temas como o medo da morte, da solidão e do sexo — assuntos muitas vezes considerados tabus — e os evidenciou de forma ousada, tanto na divulgação quanto nas próprias músicas. Em The Fame Monster, Lady Gaga implodiu seu lado mais obscuro, e com um som mais industrial, trouxe canções que permanecem como marcos na cultura pop até hoje. De “Bad Romance” à impetuosa “Alejandro”, Monster é um disco sucinto (se avaliarmos apenas as 8 faixas do EP), mas profundamente denso em termos de produção e lirismo.

Born This Way (2011)

  1. Marry The Night
  2. Born This Way
  3. Electric Chapel
  4. You And I
  5. Scheiße

Ela já possuía o talento, a fama e o reconhecimento de uma artista com décadas de carreira, mas estava apenas começando. Com muito a dizer e ainda mais a explorar, Born This Way, o terceiro disco da carreira de Gaga, se tornou uma espécie de magnum opus, definidor de uma geração e de uma artista única.

Para Gaga, Born This Way era um álbum híbrido, uma gravação avant-garde techno-rock que se revela extremamente pesada e industrial em uma extremidade, e incrivelmente alegre e pop na outra. Por isso, é música pop com uma mensagem muito forte e, ao mesmo tempo, muito desconfortável. Aqui Gaga não apenas se tornou a porta-voz de comunidades como a LGBTQIAP+, mas também se firmou como uma das maiores aliadas socioeconômicas e políticas de sua geração.

ARTPOP (2013)

  1. G.U.Y.
  2. Venus 
  3. Sexxx Dreams
  4. AURA
  5. Applause

Protestos religiosos, críticas ferozes e uma fratura no quadril: esses foram alguns dos elementos que tornaram a era Born This Way mais complexa do que o esperado. Após o cancelamento de boa parte de sua turnê e um período afastada para se recuperar, uma explosão de cores e sons ecoou para criar um divisor de águas: ARTPOP.

Com um EDM pesado e faixas que, pela primeira vez, colocaram Gaga na vanguarda das produções, ARTPOP foi lançado em 2013 como um dos projetos mais ambiciosos da artista. Sedenta pelo sucesso e pela retomada ao topo após a cirurgia e um período conturbado, Gaga buscou combinar arte, música e tudo o que entendia como pop em um conceito futurista, criativo e ousado.

Cheek To Cheek (2014)

Álbum conjunto com Tony Bennett

  1. Cheek to Cheek
  2. Nature Boy
  3. Bang Bang
  4. Anything Goes
  5. I Can’t Give You Anything But Love

No meio de uma reestruturação de imagem, som e direcionamento artístico, Gaga encontrou em Tony Bennett um ponto de apoio e um amigo da indústria. Entre trocas e conversas, Tony convidou Gaga para uma participação em uma regravação de jazz. A união dos dois deu tão certo que originou um álbum inteiro do estilo, com músicas solo de cada um e duetos de ambos.

Com regravação de grandes clássicos do gênero como “I Can’t Give You Anything But Love” e “But Beautiful”, o projeto foi criticamente aclamado, embora tenha dividido a opinião dos fãs. Parte do público entendeu a necessidade de reinvenção e expansão de público. Outra parte, ávida pelo pop característico de sempre, sofreu com o afastamento de Gaga dessa imagem de diva pop. Polarizações à parte, o projeto rendeu prêmios Grammy e foi muito benéfico para a carreira da artista, que expandiu suas capacidades vocais e conseguiu repaginar sua figura pública.

Joanne (2016)

  1. Perfect Illusion
  2. Diamond Heart
  3. Joanne
  4. Hey Girl (com Florence Welch)
  5. Sinner’s Prayer

Quando tudo parece dar errado e todos os artifícios se voltam contra você, qual é o melhor caminho a seguir? Apostando em uma sonoridade totalmente diferente do eletrônico carregado de ARTPOP, 2016 trouxe uma vibe mais calma e country com o álbum Joanne.

Mal visto por muitos, mas responsável por boa parte da consagração de Gaga na carreira que conhecemos hoje, o redirecionamento impulsionado por Joanne trouxe uma estética muito mais leve e tranquila, explorando o lado country e folk. Produzido também por Mark Ronson — que, pouco antes, havia emplacado o sucesso “Uptown Funk” com Bruno Mars, e com quem estava prestes a trabalhar na trilha sonora de Nasce Uma Estrela — foi com Joanne que o público em geral voltou a se aproximar de Gaga.

A Star Is Born (2018)

Trilha sonora

  1. Always Remember Us This Way
  2. Shallow
  3. I’ll Never Love Again (Film Version)
  4. La Vie En Rose
  5. Is That Alright?

A Star Is Born (Nasce Uma Estrela) gerou uma trilha sonora que rapidamente se tornou um enorme sucesso comercial e crítico. Com coprodução de Mark Ronson, a faixa que manteve aclamação de massa foi “Shallow”, dueto com Bradley Cooper, que imediatamente caiu no gosto do público e tocava incessantemente em rádios mundo a fora. O som criado para a trilha original do remake marcou a transição de Gaga para um estilo musical mais intimista, com fortes influências do country e do rock clássico —até mesmo o folk que esteve no projeto anterior, Joanne, se estendeu para cá. Embora a artista tenha mantido sua essência pop, suas novas produções apresentaram uma sonoridade mais orgânica e autêntica para que estivessem de acordo com o tom da personagem do filme, Ally. 

Chromatica (2020)

  1. Alice
  2. Babylon
  3. Enigma
  4. Replay
  5. Sine From Above

Chromatica ficou marcado na carreira de Lady Gaga por diversos fatores, mas nenhum deles pode ser associado à modéstia. Se a promessa de que Gaga retomaria as pistas de dança parecia animar os fãs, o decreto do lockdown mudou completamente a dinâmica de vida da população, impactando, de forma clara, também o que seria uma era pop perfeita.

Com o lançamento adiado, vazamentos e performances canceladas, o trabalho de divulgação de Chromatica foi o mais desafiador de sua carreira. Se, por um lado, o álbum trazia elementos de house e disco music que brilharam na voz de Gaga, por outro quase não houve possibilidades de performances, shows, entrevistas e aparições para promover o projeto.

Dawn of Chromarica (2021)

Compilação de remixes

  1. Fun Tonight (com Pabllo Vittar)
  2. Rain On Me (com Ariana Grande e Arca)
  3. Plastic Doll (com Ashnikko e Oscar Scheller)
  4. Babylon (com Bree Runway e Jimmy Edgar)
  5. Babylon — Haus Labs Version (com BloodPop e Tchami)

O apelo estético, a maneira como Lady Gaga concedeu total liberdade para visões únicas de suas músicas e o apoio incondicional à comunidade LGBTQIA+, evidenciado pelas participações especiais, fazem de Dawn of Chromatica um marco da era. A compilação de remixes com artistas convidados não apenas ampliou o potencial do álbum original, mas também conferiu uma nova faceta, completamente diferente e original — mesmo utilizando materiais já existentes.

Love For Sale (2021)

Álbum conjunto com Tony Bennett

  1. I Get A Kick Out of You
  2. I’ve Got You Under My Skin
  3. Do I Love You
  4. Love For Sale
  5. It’s De-Lovely

Sofrendo com o afastamento e a iminente perda do amigo Tony Bennett para o Alzheimer, Gaga e o cantor se uniram novamente para outra colaboração de jazz, agora, no álbum Love for Sale. Com uma repercussão inferior ao primeiro trabalho em parceria, o disco trouxe dez versões em covers de músicas de jazz de Cole Porter, a quem o disco é uma homenagem.

Harlequin (2024)

Trilha sonora

  1. Happy Mistake
  2. The Joker
  3. That’s Life
  4. Close to You
  5. Smile

Com 13 faixas, a sonoridade de Harlequin surpreendeu aqueles que esperavam um álbum grunge, à altura da estética visual do disco. Musicalmente, a obra se aproxima muito mais de Love for Sale, com sua pegada jazzística, do que de Chromatica. Apesar da recepção mista, o projeto tem potencial para conquistar os fãs ao longo do tempo e encontrar seu espaço ao sol. Harlequin serve mais para reafirmar a devoção de Lady Gaga à sua arte e ao seu ofício musical do que para conquistar público por populismo.

MAYHEM (2025)

  1. Perfect Celebrity
  2. Killah (com Gesaffelstein)
  3. Vanish Into You
  4. Zombieboy
  5. Abracadabra

Se em toda sua carreira Gaga foi criticada ou ridicularizada por suas inspirações em Madonna, em MAYHEM ela finalmente permite que suas outras influências assumam a linha de frente, mostrando que Gaga é capaz de brilhar em vertentes menos óbvias do pop. 

Com elementos do pop de Michael Jackson, o groove de Prince, o funk de Bowie e o rock de tantas outras referências, é neste álbum que Gaga recebe sua maior aclamação crítica. Com um excelente desempenho vocal e total domínio sobre suas composições e produções, a maturidade artística traz uma Gaga muito mais confortável com tudo o que a torna uma artista única: seja sua excentricidade, sua estranheza ou seu talento inigualável.

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