A Casa do Terror: quais foram os reais motivos por trás do longa?

É hora de tirar a sua máscara! Apesar de intrigante, o filme consegue pecar em quesitos previsíveis.

Contém spoilers do filme

O longa metragem Haunt (ou A Casa do Terror no Brasil) escrito e dirigido por Scott Beck e Bryan Woods – que também estão envolvidos na produção de Um Lugar Silencioso – apresenta um ótimo slasher para alimentar os fãs de horror nesse Halloween. Sua estreia mundial foi no Popcorn Frights Film Festival em 8 de agosto de 2019 e sua estreia internacional aconteceu no Fright Fest no dia 23. O longa traz a maravilhosa Katie Stevens interpretando a jovem Harper, figurinha já conhecida entre o público adolescente pela série Faking It, da MTV.

Na trama de Haunt (2019), durante a noite de Halloween que se passa num alojamento para universitários, conhecemos Harper e sua colega de quarto Bailey. As garotas decidem participar de uma festa juntas, onde irão se encontrar com suas amigas Angela e Mallory. O grupo faz amizade com dois caras – Nathan e Evan, e todos decidem dar uma volta juntos. Durante essa mesma noite, Harper suspeita que ela está sendo perseguida por um homem com uma máscara de demônio, mas logo o grupo encontra uma atração de casa mal-assombrada (comuns em Halloweens americanos) e decidem participar, e é justamente aqui que o terror começa.

De primeira tudo parece ok, apenas uma casa assombrada com surpresas aterrorizantes, bichos escondidos e sustos. Mas logo as coisas vão ganhando formas ainda mais macabras com os palhaços que são os donos da casa assombrada mostrando suas verdadeiras intenções.

A violência começa com a brutalidade assustadora de todos na casa-assombrada, a começar pelo ‘verdadeiro’ rosto deles por de trás da máscara. Enquanto tudo acontece por lá, ainda temos o namorado de Harper que a está procurando (leia-se stalkeando) – aquele que espancou Harper no início do filme, onde ela tenta passar maquiagem pra disfarçar para Bailey.

Algo que fica subentendido do meio para o fim é que o pai de Harper pode ser o vendadeiro mentor daquele grupo sinistro de pessoas com propósitos assassinos. O que não ficou claro era se aquelas pessoas já eram acostumadas a participar daquilo ou se era a primeira vez deles praticando o jogo. Pelo que se pode observar, na cena que Harper e o amigo dela encontram um dos participantes, ele se mostra arrependido da “brincadeira”, resolvendo se entregar e falar que não queria participar daquilo, pois pensava que seria apenas uma brincadeira para assustar crianças. Ele ainda conta que um dos membros é tatuador – mencionando provavelmente o da cara de ‘demônio’.

Em teoria, o pai de Harper deve ter pago aquelas pessoas para realizar aqueles assassinatos, mas também é visível que aquele pessoal não bate bem psicologicamente, principalmente o que usava a máscara bizarra de demônio (e nem digo a máscara).

Identidades por precaução

Quando eles chegaram no local, tinham de assinar seus nomes. Os personagens também escreveram seus endereços, entregando assim a ideia de que, se alguém conseguisse sobreviver, os assassinos poderiam localizá-los.

Seria uma armação do pai de Harper para se vingar da filha de alguma maneira? Meticulosamente, a saga desde o momento da perseguição lá na festa de Halloween dos universitários até chegar nessa casa assombrada para assassinar Harper pode nos dar uma ideia do plano diabólico. Ou apenas um roteiro beirando o previsível, vai saber.

O passado e a vingança

Através de um pesadelo que Harper tem na cama do hospital, conseguimos entender um pouco mais do background da personagem. O pai de Harper, como é mostrado no pesadelo, matou sua mãe, e era possivelmente o último palhaço assassino que sobrou na casa-assombrada. Ao acordar do sonho, Harper dá de cara com uma enfermeira solicitando que ela registre sua assinatura em um formulário para ser liberada do hospital, Harper se recorda dos formulários da casa e entende o que rolou. Seu pai é realmente o último assassino e idealizador de tudo.

No final, quando ele volta para casa encontra a mesma musiquinha tocando, se toca do que está acontecendo mas acaba caindo em uma armadilha. Harper mata o pai para vingar a morte da mãe. Uma final girl tão foda como em “Você é o Próximo” de 2011.

Muitos irão gostar do filme. Poderá ser confuso, já que ele requer mais atenção devido a história não entregar tudo bem mastigado para quem assiste, instigando a atenção em detalhes. Além disso, para o Halloween ele funciona perfeitamente como um filme sangrento, tenso e violento.

O sentido slasher da expressão se aplica muito bem aqui, visto o teor carnicento que Scott e Bryan aplicaram do início ao fim. Apesar de intrigante, o filme não deixa de beirar a prevsibilidade em alguns momentos, característica muito direta de filmes nesse estilo. Mas isso não impossibilita o entretenimento e a grata supresa no final.

Katie Stevens surpreendeu muito e está ótima como Harper. É bom vê-la atuando nesses filmes, e que venha muito mais em seu currículo. Haunt recebeu um lançamento limitado em 13 de setembro de 2019 pela Momentum Pictures, talvez não chegue em nenhuma sala de cinema do Brasil, é uma pena, pois merecia.

Assista ‘Haunt’ na Prime Video.

Nota do autor: 76/100

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