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Crítica | “Passagens” revela as nuances e problemáticas do romance

Longa-metragem “Passagens” traz a complexidade das relações e todas as suas nuances

A Cinemateca Brasileira nos dias 14 a 16 de Julho alocou o MUBI Fest, evento que trouxe grandes destaques da plataforma de streaming. No dia 13 foi feito um Preview para conhecer a ambientação e atividades disponíveis, junto a isso houve a transmissão do filme Passagens, estrelado por Franz Rogowski, Adèle Exarchopoulos e Ben Whishaw.

Dirigido pelo cineasta americano Ira Sachs, o longa francês conta a história do conturbado triângulo amoroso entre Tomas (Franz Rogowski), um diretor de cinema, Agathe (Adèle Exarchopoulos), uma garota aventureira e professora de educação infantil e Martin (Ben Whishaw), um artista infeliz com seu relacionamento.

Para começar, Passagens é um filme essencial para ver em grupo, pois é o tipo de história impossível de não sentir uma emoção intensa. A atuação dos três protagonistas, mas principalmente de Franz é capaz de provocar muitas emoções diversas ao público com sua relação extremamente egocêntrica com seus parceiros.

Justamente por retratar um tipo de história corriqueira, é capaz de causar identificação em todos os espectadores, por isso, havia uma interatividade forte entre o público e o filme. O reconhecimento na narrativa se estendia até os personagens, que são extremamente palpáveis e dão a sensação de estar entre amigos.

Entretanto, mesmo tendo o objetivo de retratar pessoas comuns com qualidades e defeitos, o filme pode trazer uma mensagem ambígua, porque a decisão de retratar Tomas como um personagem bissexual que, enquanto está em compromisso com uma mulher afirma que sente falta de estar com um homem, e na situação contrária insinua o mesmo, causa um desconforto por deixar incerto se a intenção era falar sobre o caráter autocentrado do personagem ou afirmar que pessoas bis não são capazes de manter relacionamentos verdadeiros com ambos os gêneros. Se for a segunda opção, não é apenas um ponto negativo, como também um desserviço.

Quanto ao visual de Passagens, o longa explora uma estética muito semelhante ao que é visto na Nouvelle Vague. Seja na caracterização, nos diálogos bem-humorados, nos cenários e nas reflexões cotidianas e aquele ar francês. Além disso, há um visual erótico, com cenas de sexo mais realistas, sem grandes floreios.

Portanto, se você busca um filme leve, mas emocionante com excelentes atores e uma história que te fará ter muitas reflexões divertidas com seus amigos, este é um ótimo filme. Sua estreia acontecerá em 18 de agosto e será distribuído nos cinemas pela MUBI e O2 Play.

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