Crítica | ‘Wish: O Poder dos Desejos’ é uma saudação aos velhos tempos

O poderoso ‘Wish: O Poder dos Desejos’ é bem desenrolado e se torna uma celebração aos 100 anos dos estúdios Disney.

Na celebração de seu centésimo aniversário, os estúdios Disney já lançavam em outubro deste ano, o curta metragem ‘Once Upon a Studio‘, homenageando a trajetória do criador e reunindo mais de 500 personagens. Dando inicio à uma nova era, o primeiro lançamento previsto para 2024 não podia ser diferente. ‘Wish – O Poder dos Desejos‘ chega nos cinemas carregado de saudosismo, referências e o elemento principal de um verdadeiro clássico: sentimento.

A nova aposta musical da Walt Disney Animation Studios, coloca em cena a direção de Chris Buck e Fawn Veerasunthorn. A dupla se une para um casamento de grandes enredos de animações das décadas de 40 e 50, mas que por muitas vezes, este aparentava ser seu único foco: uma saudação, de 92 minutos, aos velhos tempos.

O filme, de fato, carrega uma mensagem muito forte sobre persistência, assim como qualquer clássico que se preze. Asha, interpretada por Ariana DeBose, é uma brava aventureira disposta a lutar por seus amigos e familiares. Dito isso, assim como já vimos antes, o filme segue o tão famoso clichê conto-de-fadas, onde tudo se acerta no final, mesmo quando parece impossível. Isso não se torna um tópico tão negativo quanto parece, exceto pela parte onde o saudosismo é tão chamativo que tudo parece ser exatamente igual aos filmes que já assistimos milhares de vezes.

Walt Disney Animations (reprodução / 2023)

Relembrando grandes vilões, desta vez somos apresentados ao Magnifico. O rei e feiticeiro do Reino de Rosas, se mostra como um dos maiores acertos desta produção e isto é inegável. O vilão possui um olhar cruel e uma personalidade tão carregada de frieza que é capaz de causar arrepios em seus primeiros atos de maldade.

Saudosismo exagerado e trilha sonora amadurecida

Quando falamos nos estúdios Disney, somos levados para uma máquina do tempo onde passamos por grandes filmes de princesas, guerreiras e fábulas encantadoras. Cinderella, Peter Pan, Pinóquio, e até mesmo a saga de Frozen, que teve seu segundo filme dirigido pelo mesmo diretor, são inspirações que podemos fácilmente identificar ao longo de ‘Wish – O Poder dos Desejos‘. Essa curiosidade parte do fato onde não apenas o clichê é muito semelhante (o que é totalmente aceitável pelo seu formato), mas também, onde até os personagens começam a parecer idênticos aos outros filmes. Vide a aparência de Asha carregando traços quase idênticos ao de Isabela Madrigal (Encanto).

A trilha sonora assinada por Julia Michaels proporciona canções incríveis como a balada intitulada ‘Protegê-los Do Que For‘ e a faixa principal ‘Um Desejo Só‘. Um detalhe interessante de se pensar, é que boa parte das canções não parecem possuir qualquer interesse comercial. São canções mais maduras, criadas para serem eternizadas em nossos corações e celebradas no momento certo, já que suas letras são complexas e não possuem uma sonoridade chiclete.

O filme possui, sem dúvidas, um enredo muito emblemático, não é o pior de todos, mas também está longe de ser o melhor. É visualmente muito agradável e inovador, visto que sua mistura de 2D com 3D é capaz de confundir o espectador nos primeiros minutos. Por conta de tantas semelhanças, o roteiro original, infelizmente, parece se fundir diversas vezes com produções do passado enquanto não deveria passar de uma pequena inspiração.

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