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As melhores músicas de 2022

A palavra favorita de 2022 foi renascer. Musicalmente falando, pensar no breve futuro brilhou mais forte. Essas são algumas músicas do ano!

Se nos parassem na rua agora e perguntassem qual o som definitivo de 2022, a gente não saberia bem o que falar. Esses não precisamente 365 dias foram um pouco indecifráveis — cada artista decidiu ir pela sua própria vertente e até tentar novos caminhos. E agora, passado quase 12 meses, ainda é difícil fincar a estaca para um único tipo de som.

Houve com certeza a volta marcante do entretenimento presencial como nunca (o país presenciou momentos alucinantes e para ficar na história com festivais e shows solos), pudemos finalmente tirar a poeira dos ossos sem temer. E pela primeira vez em muito tempo nos sentimentos vivos e sem nos questionar “o que vamos fazer?“.

2021 foi bom para a música (não quanto o bizarro 2020) e 2022 traz o single voante de Harry Styles, um álbum house estiloso de Beyoncé, novas composições de SZA nos 45 segundos finais, uma Rosalía que não cansa de alcançar mais e mais, um Kendrick Lamar triplamente poético, e por aí vai. No fim, o ano trouxe renascimentos. Sim, no plural.

Parece que o ano teceu linhas sobre apreciar estarmos nesse momento e nessa versão. O retorno insaciável de Beyoncé com o “RENAISSANCE fora talvez os minutos em que batemos o martelo e agradecemos por estarmos vivos enquanto essa mulher pisa por este plano. O melhor álbum do ano. “ALIEN SUPERSTAR” evoca muito a cena em que esse pensamento acerta nosso corpo.

Enquanto a Queen Bee montava em seu faiscante cavalo, Rosalía subia em uma moto. O “MOTOMAMI” serviu como um tsunami para fincar de vez seu palco. Sem contar que a repercussão insana de “DESPECHÁ” provou o básico: ela é uma estrela. O show em São Paulo foi arrebatador e a vinda para o Lollapalooza 2023 promete. Ainda falando em veículos, Charli XCX, mostrou mais uma ótima peça na discografia. O “CRASH” apertou forte algumas vezes no acelerador e “Baby” tocava no fundo enquanto isso.

Fora da terra, quem conseguiu decolar foi Jack Harlow, o gostoso hit “First Class” conseguiu belos feitos para a jornada solo do rapper; Lizzo evocou uma alegria mais que brilhante com “About Damn Time” (não teve como não ficar contente com a canção alcançando o topo da Billboard); e a eufórica “Bad Habit”, de Steve Lacy, é dentre a maioria das faixas que hitaram a que mostra exponencialmente como ser destaque em um mercado que massacra.

Porém, quem conseguiu estar no boca a boca foi Harry Styles, com a astronômica “As It Was” — possivelmente a música do ano. Os números provaram o quão longe ele pode ir. Foi prazeroso acompanhar isso quando nos damos conta que a canção é alucinadamente boa.

Taylor Swift também conseguiu números fora da margem com o “Midnights“, ocupando todo o top 10 da maior parada do planeta. Ainda que o álbum tenha mais daquele mesmo nível espiritual que Swift já explorou várias vezes, esse é um feito explosivo.

Tirando as conquistas com números de rota, mesmo que não tenha conseguido estrondosos valores como com seu antecessor, The Weeknd repetiu muito bem a técnica com o “Dawn FM“. O disco não deixa de ser marcante em nenhum momento. Ouvir “Gasoline“, primeira música do projeto, foi entrar em um surto pelo que viria. O synth de Abel ficou ainda mais elétrico.

Sabe um outro projeto que em momento algum enfraquece? É o “Fui Eu Que Fiz“, de Deize Tigrona. Estando na indústria a um longo tempo, o primeiro álbum completo da artista é um manifesto espetacular nas entrelinhas e um baile inquieto em cada batida.

Colocando mais da nossa cena em pauta, o recente trabalho de Tulipa Ruiz mostra as suas “Habilidades Extraordinárias” em um registro com linearidades, evolução e raízes, conseguindo nos entregar um trabalho fresco, relevante, diferente e, ao mesmo tempo, tão familiar para quem a escuta desde o começo. 

Karol Conká soltou o primeiro conjunto musical depois de todo o alvoroço pós reality, e o resultado é o “Urucum“, com canções que unem arte e dor; Anitta voa cada vez mais longe do chão e o “Versions of Me” é a consequência disso, “Boys Don’t Cry” pode dizer isso por si só; e pensar em Gloria Groove em 2022 é trazer “Vermelho” a tona, single extraído do ótimo “Lady Leste“.

2022 ainda repercutiu extremamente positivamente em projetos para artistas como Xênia França, que agora tem o futurista “Em Nome da Estrela” no repertório. Baco Exu do Blues também colocou um novo projeto na pista, o inteligente “QVVJFA?“. E Gaby Amarantos trouxe uma carta de amor extremamente bem produzida para a aparelhagem com o “TecnoShow” (a gente inclusive arrisca dizer que “Super Pop Som” é uma das melhores músicas brasileiras do ano).

Criolo também não fica de fora da lista anual com o registro intitulado “Sobre Viver“, lindo e rico disco lotado de orgulho e internalidades que só ele sabe colocar para fora. Já Urias grita ao som de praticamente dois álbuns: o “FÚRIA“, que ganhou em 2022 a 2ª parte; mais os dois EPs.

No entanto, o melhor da artista no ano dá as caras nos 11 minutos do “HER MIND, PT. 1“, que vinga uma nova proposta delirante. Logo depois, a proposta continua no “HER MIND, PT. 2“, com a nervosa “Neo Thang”.

Em uma ressignificação sobre a vida, sobre o amor, sobre a coragem, sobre ser e até sobre morrer, o “Mil Coisas Invisíveis” traz a tona um artista que tem muito do poder de afetar “de forma par” o lado mais humano das pessoas. O álbum de Tim Bernardes ganhou nota máxima pela nossa redação.

Analisando o básico (já que o número de músicas que passaram por nós esse ano é incontável), essas foram alguma das obras que mais nos chamaram atenção e, principalmente, nos marcaram.

No fim das contas, ainda vale citar algumas outras obras que chegaram para fincar qualquer outro posto para seus criadores: o espetacular “The Hardest Part”, de Noah Cyrus; o sereno e às vezes extrapolado “Beatopia”, de beabadoobee; o “Bronco” de Orvile Peck, que quase mostrou poder para ser o álbum do ano. E a gente ainda tem Rina Sawayama, Tove Lo, Demi Lovato, Omar Apollo, MUNA e muito, muito mais.

2022 foi para entender, renascer e continuar, mostrou o porquê é bom tentar novamente. Felizmente estivemos acompanhados de obras musicais que, mesmo não tendo resplandecido isso liricamente, sonoramente ofereceram essa atmosfera. Agora, é pensar no futuro (não muito) e agradecer pelo agora. Ano que vem tem mais.

Ouça a playlist internacional e brasileira:

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