Os álbuns que receberam as notas mais baixas no escutai em 2021

Enquanto foram poucos os álbuns que levaram nota máxima pela equipe do escutai, o número de trabalhos musicais que não agradaram a nossa equipe foi um tantinho maior

O melhor a gente deixa sempre por último, não é mesmo? Bem, nesse Rewind, não. Quanto mais você rolar a página, mais perto dos piores discos do ano você chegará; a ideia de “pior disco” é relativa, porém você se deparará com os álbuns que receberam as menores notas em 2021 – tanto os lançados neste ano quanto aqueles que aniversariaram nos últimos doze meses.

Enquanto foram poucos os álbuns que levaram nota máxima pela equipe do escutai, o número de trabalhos musicais que não agradaram a nossa equipe foi um tantinho maior. O critério de “nota baixa” levou em conta os tempos da escola: a média sete das provas. Dessa forma, todos os discos que aqui se encontram estão de recuperação.

“The Album”, BLACKPINK (69)

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“É preciso entender que mesmo com uma sequência de singles beirando a perfeição BLACKPINK também pode cometer alguns deslizes. Felizmente o resultado total do disco não se torna intragável devido seus ótimos momentos musicais em formato de canções inéditas, mas quando quase metade de um projeto tende a desanimar altos picos que vieram minutos atrás, a sensação de que faltou personalidade para algumas coisas deixa dúvidas no ar.”

“SOUR”, Olivia Rodrigo (69)

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“A sonoridade clichê e uma letra onde fica difícil para os mais maduros se identificarem acaba afastando um pouco os ouvidos mais críticos, mas é perfeita para o público alvo da cantora. A sua vida (por mais privilegiada que seja) tem tudo pra ser um grande clichê bobo. A formatação de suas onze músicas é a parte mais difícil de assimilar… tudo está encaixado demais. E o que podia ser um ponto positivo acaba se tornando algo muito básico.

Reservam-se lugares para os momentos de fúria (onde não é surpresa a base e influência do rock terem presença garantida), quando a cantora reflete sobre estar triste ou melancólica surge uma pegada folk que acaba soando crua em excesso… e os momentos de maior primor sobram para as faixas que já eram conhecidas do público, como em ‘deja vu’, de longe a que mais cresce durante toda a execução e acaba se tornando um ponto alto devido ao capricho na produção.”

“Positions”, Ariana Grande (68)

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“Aqui, uma forma de inspiração ainda existe, como uma base para definir onde cada produção deve se guiar, mas de maneira mais leve… quase que com um objetivo de parecer menos trabalhado. Algo que realmente pesa é a falta de criatividade nos vocais, principalmente vindo de uma vocalista tão poderosa quanto a que temos aqui. É triste ouvir modulações quase idênticas, onde apenas poucos retoques que levariam seu canto a diferentes caminhos já poderiam fazer uma grande diferença.”

“PIRATA”, Jão (68)

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“Se por um lado pode se dizer que isso é uma coincidência e a razão central do seu sucesso, por outro é deixar a sensação de que por mais que cante sobre suas próprias experiências, em algum momento parar e imaginar como outros gostariam que ele falasse sobre algo pode ter um peso maior do que simplesmente escrever como as situações realmente aconteceram. Tanta dramatização soa piegas e às vezes até miradas em frases avulsas que mais parecem formadas para serem exibidas em bios de redes sociais. Em outros momentos a obviedade de suas abordagens chega a níveis tão estratosféricos a ponto de nomear uma canção sobre sua bissexualidade como Meninos e Meninas.”

“Sling”, Clairo (66)

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“‘Sling‘ é um resultado bonito, e que soa melhor em tempos onde é possível pegar os fones de ouvido enquanto se enrola em cobertas, mas mesmo com este ponto que o valoriza ainda não é o bastante para defini-lo como um ótimo entretenimento musical. Este é um daqueles casos que causa até tristeza não aproveitar tanto um projeto, mas para quem chegar até o final (se conseguir chegar sem pregar os olhos) é bom aproveitar bem, pois repetir isso é algo tão árduo que deveriam dar uma medalha para quem conseguir tal feito.”

“DOCE 22”, Luísa Sonza (65)

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“Replicando basicamente o que muitos determinam ser sua natureza e mixando com as mesmas autorreferências de sempre, onde a obsessão de Luísa em se denominar ‘braba’ chega a cansar, de tanto que isso se tornou um tropo narrativo pessoal. Um melhor acompanhamento de letrista faz falta aqui, já que cada vez que a estrela pronuncia nomes de singles anteriores parece que toda uma composição foi feita apenas para orbitar sobre essa inserção.

Onde a música pop vai fundo e faz um bom trabalho é quando camufla muito bem através das produções. Enquanto se ouve; “Não esconde o jogo, eu te leio bem. Espera tua rodada, se eu chamo cê vem” o ouvido parece automaticamente focar no saxofone de fundo, que mesmo sendo usado em 2021 – quando o auge disso na música pop já passou – ainda faz com que hoje alguns músculos se mexam sem vergonha alguma.”

“Revelación”, Selena Gomez (62)

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“O resultado é um EP extremamente bem produzido, porém, o que poderia ser um ato de genialidade por parte de Gomez, bebe em uma fonte do que está bombando no momento e com poucos ataques de individualidade. É um conjunto harmônico e agradável de ouvir, mas que parece se distanciar das tão citadas raízes latinas tradicionais para abraçar músicas de curta duração no padrão streaming.”

“Juliette EP”, Juliette (60)

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“Cada música do EP arrisca chegar ao seu limite antes de cair na mesmice da anterior. A todo momento causam um indicativo de que a primeira ouvida tudo é muito semelhante, mas as diferenças sutis ajudam essa impressão a sumir logo após uma segunda ouvida, mesmo que não exista qualquer tipo de ponto muito alto a se destacar. Não há palavra que define melhor este EP do que ‘elementar’, já que o escape é perceber que ele não foi feito para ser algo grandioso. Justamente pela própria personalidade da cantora não ter qualquer pretensão de se mostrar maior do que a simplicidade que emana.”

“good to know”, JoJo (53)

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 “O álbum possui 9 músicas mas parece ter 90. É arrastado, tedioso e pobre em composições. O número de produtores é grande, e mesmo assim parece que todos tiveram que seguir o mesmo caminho para desenvolver suas criações. O projeto não chega a ser péssimo se pensarmos de forma empática sobre tudo que JoJo passou até chegar aqui, mas é triste ter que achar caminhos para tentar justificar e entender como um disco não se sustenta sozinho. Para não dizer que sua discografia é composta de erros, fica a recomendação das mixtapes ‘Can’t Take That Away From Me’ e ‘Agápē’, lançadas em 2010 e 2012 respectivamente – já que, aqui, o resultado fora da cabeça da artista não é nada agradável.”

“Pressure Machine”, The Killers (50)

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“A sonoridade de “Pressure Machine” se distancia de The Killers para se aproximar de uma mistura estranha entre U2 e Neil Young. Quem poderia prever uma parceria dessas? No entanto, como a colaboração não é real, sendo apenas o último disco de The Killers, há um certo ar de desapontamento pairando entre os fãs e ouvintes do grupo estadunidense. Porém, para aqueles que acreditam que a banda se perdeu depois do lançamento de “Wonderful Wonderful”, não há nada de novo sob o sol.”

“Music of the Spheres”, Coldplay (40)

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“O que poderia ser o trabalho mais deleitoso para a banda, é apenas algo básico e às vezes, sem a menor vida própria. A ideia aqui é simples: cada uma das 12 músicas dão vida à um planeta que dentro de uma galáxia inteira priorizam o sentimento poderoso que a música tem de libertar. Olhando assim, é algo grandioso, pena que há a constante idealização em tornar absolutamente todas as faixas em, como alguns dizem, “hinos”. É brusco afirmar, mas nenhuma das canções, com exceção da citada acima, fogem desse colapso de moléculas sonoras.”

“In The Zone”, Britney Spears (67)

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Review comemorativa ao aniversário da Britney Spears

“In The Zone, por ser um álbum com tanta mistura de gêneros e por ser tão influenciado por outros movimentos musicais, acaba soando quase confuso. Porém, esse é também seu ponto fraco: ao criar músicas tão fortes e marcantes, a grande maioria das faixas avulsas do álbum não conseguem acompanhar sua qualidade. O In The Zone tem canções que soam completamente datadas e destoantes da genialidade musical das três principais faixas, mas mais especificamente de Toxic. Entretanto, é impossível falar que o In The Zone é um álbum previsível, e esse é o ponto da Britney: ela é uma força imparável e inesperada, e por isso se manteve e se mantém presente sendo a artista completa que sempre foi.”

“Angles”, The Strokes (67)

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Review comemorativa de 10 anos do álbum

“10 anos depois, “Angles” continua sendo o pior disco da carreira dos Strokes, que ganharam seu primeiro Grammy recentemente. No entanto, o trabalho se redime – não por feitos posteriores da banda, mas por maturar com o tempo. Mesmo não sendo um álbum bem recebido pelo público, principalmente em 2011, quando foi lançado, “Angles” é um trabalho dançante e com doses cavalares de indie.”

“Revival”, Selena Gomez (60)

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Review comemorativa de 5 anos do álbum

“Ouvir até o final é perceber que falta uma comunicação mais clara entre viver uma experiência e cantá-la de forma pública. Sempre parece que existe um bloqueio, como se uma pré-edição a respeito de quanto ela pode doar de si para as canções, e isso faz com que nada soe completo. A promessa de transparência causa desconfiança, como se houvesse algo a esconder, então nunca sabemos exatamente se é possível entender completamente pelo que a cantora passou. Porque ela não nos permite.”

“Honeymoon”, Lana Del Rey (57)

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Review comemorativa de 5 anos do álbum

“Usar a palavra ‘desnecessário’ para definir um trabalho de arte é algo complicado, tendo o mínimo de empatia já é possível imaginar o quanto um projeto leva tanto tempo e pessoas para ser feito, mas diante de um disco que parece não ser algo que precisamos, resta um embate cerebral para tentar driblar uma definição que faria tanto sentido. Aproveitar Honeymoon do começo ao fim é um fardo, e caso o ouvinte decidir fazer isso pela ordem imposta na tracklist, a experiência poder ser como batalhar contra uma arma sônica.”

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